Trancoso recuou à Idade Média e recriou, este fim-de-semana, as Bodas Reais realizadas em 1282 na então vila de D. Dinis e D. Isabel de Aragão. Apesar da chuva que se fez sentir no sábado à noite e no domingo à tarde, os trancosenses aderiram em massa e a animação não deixou de se fazer pelas ruas da cidade de Bandarra.
A “Festa da História”, organizada pela Câmara, AENEBEIRA e pela Trancoso Eventos, realizou-se na zona nobre da antiga vila, com espaços dedicados às tendas de artesanato, tabernas, tendas militares e de ofícios medievais. Um dos principais cartazes turísticos, culturais e históricos de Trancoso encheu a cidade com cerca de 200 personagens – entre nobres, mendigos, guerreiros,mouros e cristãos, judeus e mercadores, pregoeiros, taberneiros, cavaleiros e infantes, – que desfilaram, no domingo, a partir das Portas D’ El Rey, percorrendo a Rua da Corredoura a caminho do Largo D. Dinis, onde se recriou o casamento real. O São Pedro é que acabou por não ajudar à Boda Real, que foi interrompida pela chuva por duas vezes, acabando o casamento por não ter sido consumado, apesar das esperanças depositadas pelo director da companhia de teatro Viv’Arte – responsável pela recriação – aquando de uma das interrupções: «O balanço é bastante húmido. De qualquer forma, tem-se feito os possíveis entre os grupos participantes e a própria população, para bombearmos toda a animação necessária para que a festa resulte nos intervalos da chuva», revelava Mário da Costa. O responsável – não conseguindo despir a pele de um dos personagens recriados – referia que já no sábado, «depois das grandes trovoadas cataclíticas, conseguiu-se garantir uma noite bastante agradável. Hoje, estava a começar a correr muito bem até meio da tarde. Portanto, este casamento da Infanta de Aragão está um bocadinho condenado a não ser consumado esta noite».
O muito público que assistiu, durante o fim-de-semana, à recriação histórica das Bodas Reais de D. Dinis e D. Isabel, mostrou-se muito satisfeito, apesar do mau tempo. «Gostei muito do cortejo, foi muito bom, a chuva é que acabou por estragar um bocadinho a festa, foi pena. Sou do concelho de Trancoso e venho cá todos os anos.», revela João Santos. Mário Mendes corrobora desta ideia, até porque «a chuva quebra um pouco o movimento proporcionado pela feira, e que é tão necessário».
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Rafael Mangana