Está anunciado o fim das escolas nas freguesias rurais com a intenção do Governo de encerrar todos os estabelecimentos do ensino básico com menos de 21 alunos. A medida foi aprovada na terça-feira pelo Governo e terá um efeito arrasador na região, onde há municípios que só vão manter as escolas na sede do concelho.
Na Guarda, Virgílio Bento já disse que não haverá encerramentos enquanto não houver alternativas para acolher os alunos, tal como aconteceu em anos anteriores. A solução está nos três centros escolares previstos, sendo que apenas um deles (Gonçalo) está concluído. «As escolas do Vale do Mondego só fecham quando o projecto do Porto da Carne estiver pronto. No resto do concelho ainda não há condições para mais encerramentos», disse o vereador com o pelouro da Educação à margem da última reunião de Câmara. No entanto, o também vice-presidente considera que esta decisão é «a sentença de morte» das escolas nas aldeias e vai implicar um aumento dos custos para as autarquias, nomeadamente com os transportes. Em Lisboa, a ministra da Educação afirmou que no final do processo de reorganização da rede escolar mais de 900 escolas básicas com menos de 21 alunos poderão encerrar, abrangendo um universo máximo de 15 mil crianças.
Falando no final do Conselho de Ministros, na terça-feira, Isabel Alçada defendeu que estão em situação de iminente transferência de estabelecimento de ensino «muito poucas» crianças. «Ao falar-se em 900 escolas, o número parece elevado. Mas estamos a falar de 3,5 por cento do universo do primeiro ciclo, que rondará as 400 mil crianças (cerca de cem mil por ano de escolaridade)», adiantou. Nesse sentido, a ministra revelou já ter acordo com as autarquias para o encerramento imediato de cerca de 400 escolas. «Mas há mais escolas em que é provável também esse mesmo acordo, o que poderá elevar o número a mais de 500 escolas este ano», acrescentou.