P – O que o levou a candidatar-se à presidência da JSD da Guarda?
R – Um dos grandes motivos prende-se com o facto de ter existido algum declínio da JSD da Guarda. Houve alguma perda de militantes, o que não era habitual nesta concelhia, até porque foi sempre muito activa, com elevado número de militantes, capacidade de trabalho e muita dinâmica. O outro tem a ver com um grupo de militantes que me abordou e que sabe todo o meu passado de ligação à “jota”. Nos últimos tempos andei um pouco afastado das políticas da JSD e fui um mero observador, o que também faz bem, mas já pertenci a várias concelhias e também estive ligado à distrital. Fui convidado, talvez pela minha experiência e porque integrei as concelhias dinâmicas da JSD, e eu aceitei.
P – O trabalho da anterior direcção não terá sido, portanto, o melhor…
R – Não quero tecer críticas. Entrei neste projecto a pensar no presente e no futuro. O que está para trás tem de nos servir de base para vermos o que está mal. Consigo perceber quais foram os erros, mas também percebi que esta tinha de ser uma candidatura de união, muito séria e de muita capacidade de trabalho.
P – Quais os principais objectivos para este este mandato?
R – Queremos, essencialmente, arrumar a casa. Temos um caderno eleitoral com 104 votantes. A bandeira maior será elevar o número de militantes desta concelhia. Estou convencido de que no final do primeiro semestre de mandato vamos ultrapassar os 150, à imagem do que era a JSD em 2001 e 2004, por exemplo.
P – O que se pode esperar mais desta nova concelhia?
R – A imagem da JSD tem de ser a de um grupo muito coeso. Vamos estar sempre atentos a políticas de juventude e seremos irreverentes. Os jovens são o futuro da Guarda e acho que não se estão a fazer políticas nesse sentido, de preocupação para com os nossos jovens. Estamos completamente no marasmo. Não há nenhum jovem que venha dizer o que está mal e o que quer. A JSD tem esse papel, fundamental, e vai tê-lo.
P – Outro dos objectivos está na criação do Conselho Municipal de Juventude…
R – O Conselho Municipal da Juventude até é uma bandeira do PS. Tudo começou em 2001 e, se bem me recordo, ficaram de se aprovar os regulamentos. Nunca chegou a funcionar. Temos de criticar porque não foi feito, mas estamos cá para construir e não para destruir. Iremos empenhar-nos em ajudar, em regulamentar esse Conselho Municipal, e darmos as nossas ideias através de elementos que temos na Assembleia Municipal. Sempre com uma noção de política construtiva.
P – A JSD vai apoiar João Prata ou Manuel Rodrigues nas próximas eleições para a concelhia?
R – Ambos quiseram ouvir a JSD, debater ideias e apresentar-nos os seus projectos, o que muito nos honra. Acho que os militantes da JSD têm cabeça e noção do que é a política e do que são as pessoas e os candidatos. Não vai haver uma regra de ouro para se votar neste ou naquele.
P – E em quem vai votar o presidente da JSD da Guarda?
R – São duas grandes listas encabeçadas por dois grandes senhores do partido no concelho da Guarda. Escolher vai ser tarefa difícil. Tenho a certeza de que, seja quem for o vencedor, só vai trazer bons momentos ao partido, enquanto o vencido não vai ficar de mãos atadas. Estou convicto que vamos entrar numa onda de união, à imagem do que tem sido o partido desde que Passos Coelho foi eleito.
P – Que avaliação faz da liderança de João Prata na concelhia?
R – Não sou ninguém para avaliar seja quem for, muito menos um ícone como o prof. Prata. É uma pessoa que também vem da JSD. Mas é certo e sabido – e as evidências estão aí – que houve algumas situações que não saíram tão bem por parte da concelhia presidida por João Prata.
P – Como nas autárquicas?
R – Realmente tivemos, nas autárquicas, um dos piores resultados de sempre. Toda a gente tem direito a falhar. E, infelizmente, neste partido e nesta concelhia, falha-se algumas vezes. Não quero olhar para o que está para trás, isso já foi julgado pelos cidadãos da Guarda, o importante é o presente e ponderar o futuro.