A criação de um gabinete de empregabilidade e de um centro de apoio familiar e de acompanhamento parental são algumas das 17 acções do Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS) “Guarda + Social”, apresentado na semana passada, em Avelãs de Ambom.
O projecto é liderado pela Associação para a Promoção Social, Cultural e Ambiental daquela aldeia, uma das mais pequenas do concelho, mas vai abranger as 55 freguesias do município até 2012. O objectivo é combater a exclusão social e a pobreza e não apenas com apoios pontuais às famílias carenciadas: «Uma das suas virtualidades é querer dotar os indivíduos de competências e autonomia para se integrarem na sociedade através do seu desenvolvimento e valorização pessoal», sublinhou Rita Cunha Mendes. Segundo a directora-adjunta do Centro Distrital da Segurança Social, que vai financiar a iniciativa com 450 mil euros – à ordem de 150 mil por ano e à medida das acções concretizadas, este é o terceiro CLDS no distrito, depois de Celorico da Beira e Seia. Lançar «pontes» entre desempregados e empregadores, desenvolver o micro-crédito para a criação do próprio emprego e ajudar a concretizar ideias de negócio são alguns dos desafios que a equipa do “Guarda + Social” quer implementar, entre outros.
Já na área da intervenção familiar, propõe-se dotar os agregados de competências básicas na saúde e educação, «para uma vida muito mais digna», justificou João Sequeira, coordenador do projecto. Os destinatários são desempregados e pessoas com problemas de alcoolismo ou droga, além dos idosos e da comunidade cigana. No entanto, o projecto vai arrancar do zero. «Ainda não temos dados muito concretos sobre o que existe, é um trabalho que vamos fazer agora com a colaboração das Juntas e das associações locais», disse João Sequeira. Tudo porque o promotor inicial, a Paróquia de Gonçalo, desistiu deste CLDS, aprovado em 2009, o que «atrasou o trabalho em cerca de oito meses», admitiu Rita Cunha Mendes. O Contrato Local de Desenvolvimento Social destina-se a combater a pobreza persistente e a exclusão social em territórios deprimidos, critérios a que o coordenador local junta «muito envelhecidos» dada a percentagem elevada de idosos residentes na área de intervenção.
A equipa do “Guarda + Social” está instalada na antiga escola primária de Avelãs de Ambom – onde ainda não tinha linha telefónica e acesso à Internet na passada quarta-feira, enquanto o gabinete de empregabilidade e inserção funcionará na Câmara da Guarda, um dos promotores da iniciativa. «De início, os parceiros com contrato são poucos, cerca de sete a oito instituições, mas vamos iniciar os contactos a partir de agora, sendo nosso objectivo ter um associado em cada freguesia», explicou aquele responsável. Nesse sentido, Luís Figueiró, presidente da Junta e da Associação para a Promoção Social, Cultural e Ambiental de Avelãs de Ambom, lembrou que «o sucesso deste projecto depende das parcerias, pois todos temos o dever e a oportunidade de fazer mais em rede nesta área».
Luis Martins