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A triste sina de Valdete

“Vulcão” sobe ao palco do pequeno auditório do Teatro Municipal da Guarda no sábado à noite

O pequeno auditório do TMG acolhe, no sábado à noite, uma peça de teatro carregada de actualidade. Em “Vulcão”, que o dramaturgo Abel Neves escreveu para a actriz Custódia Galego, uma mulher revive a sua história infeliz com um marido monstruoso, a quem aprendeu a dizer sempre «sim, para não o contrariar».

Trata-se de um monólogo encenado por João Grosso, estreado em Novembro passado no Teatro D. Maria II, em Lisboa, em que a actriz dá vida à personagem de Valdete, que desfia as suas memórias de dor. «Agora, vou ser feliz», diz ela no início do espectáculo, antes de iniciar a sua viagem ao passado e recordar como, quando casou, sonhava com um amor luminoso que, depois do nascimento de um filho cego, se transformou num pesadelo. Esposa submissa, Valdete cedo descobriu a natureza bizarra do marido. Obcecado com a ideia do extermínio, de acabar com os fracos, Samuel recolhe todos os cães que encontra e atira-os à morte, construindo perto da casa um poço semelhante ao dos antigos fojos de lobo.

Uma noite, entrega o seu pequeno filho à máfia do tráfico de órgãos e, muito provavelmente, também à morte. Prisioneira na sua própria casa, algemada, Valdete resiste ao martírio, à violação e, sempre na esperança de poder saber onde está o seu filho, aceita continuar a vida junto do homem que odeia. Até que ele, alcoolizado, sofre um ataque… Custódia Galego obteve excelentes críticas com este trabalho, que é também o seu primeiro monólogo. A actriz tem trabalhado em teatro com Fernanda Lapa, Manuel Cintra, Fernando Gomes, Grupo Joana, João Grosso, Rosa Coutinho Cabral, Grupo Aloés, Marco d’Almeida, Diogo Infante, Jonh Retalak, Cucha Carvalheiro, Artistas Unidos e Teatro do Bolhão. É também conhecida por vários papéis em telenovelas e séries televisivas. “Vulcão” é um espectáculo para maiores de 16 anos e uma co-produção da ACE/Teatro do Bolhão e do Teatro Nacional Dona Maria II.

Custódia Galego obteve excelentes críticas pela sua interpretação neste monólogo de Abel Neves

A triste sina de Valdete

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