Promover o uso dos xistos ardosíferos de cor acastanhada na construção é um dos objectivos da tese de mestrado defendida recentemente pela arquitecta Cláudia Batalha na Universidade da Beira Interior (UBI).
A dissertação “Os xistos ardosíferos de Foz Côa e suas aplicações – contribuição para o conhecimentos da sua alterabilidade” resultou de um trabalho de investigação aplicada na área da Reabilitação e Ambiente da Construção, cujo mestrado foi promovido pelo Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura (DECA), da Faculdade de Engenharia, para apoiar o desenvolvimento da região. A autora sustenta que este tipo de xistos, oriundos das Pedreiras do Poio (Vila Nova de Foz Côa), podem ser aplicados na indústria da construção civil. «Há alguns anos, na época florescente da produção de esteios, estes materiais acastanhados eram considerados sem valor económico. Pretende-se agora contribuir para a produção de riqueza, possibilitando a construção de um modo mais sustentável e em situações arquitectónicas similares às tradicionais de muitas zonas do interior do país, contribuindo assim para a recuperação do património habitacional construído», sugere Cláudia Batalha. Até agora, a pedra mais explorada tem sido o xisto ardosífero cinzento escuro, usado para a produção de esteios das vinhas desde que o Marquês de Pombal fundou a primeira Região Demarcada do mundo de produção de vinho.