Dezassete pessoas perderam a vida nas estradas do distrito no ano passado, mais uma do que em 2008. Os números foram adiantados em Janeiro, aquando da divulgação dos dados provisórios, e estão agora no relatório anual da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), divulgado na última quinta-feira. Para o governador civil da Guarda, «será muito difícil baixar o número de vítimas mortais», por não terem sido detectados pontos negros nas estradas do distrito e nem acidentes-tipo.
Enquanto que na Guarda houve a lamentar mais uma vítima mortal, a nível nacional registou-se um decréscimo. Houve 737 mortos em todo o país, menos 39 que em 2008, representando uma descida na ordem dos cinco por cento. Foram contabilizados no distrito 469 acidentes com vítimas, mais três do que em 2008, 55 feridos graves (menos 3) e 587 feridos ligeiros (menos 28). «Na Guarda, os números relativos aos mortos estabilizaram depois da conclusão da A25», afirmou Santinho Pacheco, na sexta-feira, durante a inauguração da exposição da United Photos Press, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço – mostra com 30 fotografias sobre prevenção e segurança rodoviária que marcou o arranque da operação “Páscoa Segura” na Guarda. «Já seria muito bom baixarmos para os 15 este ano», acrescentou o governador civil, numa alusão aos dados dos últimos anos, em que a Guarda aparece com 16 e 17 mortos. Como não há pontos negros e acidentes-tipo, não é possível às forças policiais centrarem-se mais em determinadas estradas em detrimento de outras, pelo que «a grande aposta deve passar por campanhas de prevenção» e «não serão massificadas», considerou Santinho Pacheco. O responsável adiantou que as campanhas deste ano vão ser direccionadas sobretudo para os condutores, para questões como o uso do cinto de segurança ou a má utilização do telemóvel, e também para as crianças, «como veículo para se conseguir chegar aos pais». Aspectos como a importância da medição da pressão dos pneus, o excesso de velocidade ou o consumo de álcool estarão também em destaque nas campanhas de 2010.
Relativamente à operação Páscoa Segura, a decorrer entre hoje e domingo, o governador civil apelou a uma maior cautela por parte de quem conduz, até porque «é sempre uma época extremamente perigosa em termos estatísticos», referiu. Também presente na inauguração da exposição, o comandante da GNR da Guarda aproveitou a ocasião para anunciar que «vão intensificar-se as acções de fiscalização nas estradas do distrito», bem como as de prevenção, durante a operação desta quadra. Monteiro Antunes falou também no uso abusivo do telemóvel, na utilização do cinto de segurança e no excesso de velocidade, tendo destacado ainda a importância das inspecções dos carros e os perigos da condução sob o efeito do álcool. «Em 2009 fiscalizámos 653 pessoas com excesso de álcool e no primeiro trimestre deste ano já vamos em 163», revelou o comandante. A esta cerimónia juntou-se David Saraiva, que falou na importância de circular dentro dos limites de velocidade. O piloto de Vilar Formoso disse ser bastante «consciente e responsável» fora das pistas, no seu dia-a-dia, e chamou ainda a atenção para o «respeito pelo outro» na estrada e para os cuidados redobrados a ter em condições climatéricas adversas. A ANSR registou este ano dois mortos no distrito, entre Janeiro e 21 de Março, e ainda 11 feridos graves. Entretanto, na última segunda-feira, registou-se a terceira vítima mortal, na sequência de um acidente ocorrido no concelho de Almeida.
Multas de trânsito diminuíram em 2009
O número de autos levantados pela GNR e registados na ANSR diminuiu mais de um terço no ano passado face a 2008, noticiou a “Lusa” na última segunda-feira, com base num relatório a que teve acesso. O documento foi elaborado pelo grupo de trabalho criado em Novembro de 2009 pelo ministro da Administração Interna para fazer o balanço de desempenho da Unidade Nacional de Trânsito (UNT) da GNR. Este relatório indica que, dos autos registados no sistema informático da ANSR, a GNR levantou em todo o país cerca de 400 mil em 2009, enquanto em 2008 tinham sido aproximadamente 650 mil.