De acordo com dados do Registo Oncológico Regional da Região Centro (ROR Centro) relativos a 2007, o Hospital da Guarda foi o que registou mais tumores na Beira Interior, num total de 287. Segue-se o Centro Hospitalar da Cova da Beira com 185 casos na Covilhã e 32 no Fundão, o Hospital de Seia com 23, enquanto o Amato Lusitano, em Castelo Branco, se ficou pelos 20.
Entre os novos casos de tumores malignos por distrito, aquele que tem maior incidência na Guarda, incluindo os hospitais da cidade mais alta e de Seia, é o cancro da pele com um total de 201 registos, sendo 123 de mulheres e 78 de homens. No rol dos cancros mais registados seguem-se o da mama com 82 casos, 80 de mulheres e dois de homens, e o da glândula prostática com 66. Estômago com 58 (30 homens e 28 mulheres), recto (35 e 19, respectivamente) e cólon (27 e 25) também estão entre os piores. Nota ainda para os 24 casos de cancro do corpo uterino, bem como do sistema hematopoietico e reticuloendotelial (18 mais 6), os 23 (16 mais sete) de brônquios e pulmões e os 21 (15 mais seis) da bexiga. Quanto ao distrito de Castelo Branco, que engloba os hospitais da cidade alicastrense, Covilhã e Fundão, os órgãos mais afectados são sensivelmente os mesmos que na Guarda. Assim, o tumor maligno mais registado é o da mama com 91 situações, sendo 89 de mulheres, seguindo-se o da pele com 68 ocorrências (32 mais 36), o do cólon com 67 (34 mais 33) e o da glândula prostática com 62.
Outros casos com um impacto significativo são os de brônquios e pulmões com 47 (41 mais seis), estômago com 44 (21 mais 23), recto com 42 (33 mais 9), sistema hematopoietico e reticuloendotelial com 26 (14 mais 12) e o único em que difere da Guarda é o tumor do encéfalo com 23 registos, 14 nos homens e nove nas mulheres. Neste estudo, foram utilizados dados da população residente nos distritos da Região Centro, estimada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e ainda o número de novos casos de tumores malignos notificados pelas várias fontes do ROR. O coordenador do ROR Centro salienta que este estudo pretende dar «maior visibilidade» à actividade desenvolvida pelo organismo que «apenas continua a ser possível pela colaboração dedicada e empenhada de toda a equipa que, seja na estrutura local do Registo, seja nas instituições de saúde públicas e privadas onde se diagnosticam e tratam as doenças oncológicas, tem feito um enorme e meritório esforço de recolha, tratamento e análise de dados».
Manuel António Silva adianta que «já estão em curso actividades estruturadas e continuadas de alargamento de actividades, com especial ênfase no seguimento dos casos diagnosticados, bem como de diversas vertentes de outras investigações, que serão passíveis de divulgação a curto e médio prazo», salienta. Para concretizar este objectivo, «será importante a disponibilização do site do Registo Oncológico, em construção, meio privilegiado de divulgação futura».
Número de tumores registados por fonte
Ricardo Cordeiro