Esta semana celebraram-se os 40 anos da alegada primeira ida de um homem à Lua. E escrevo alegada porque os vikings também passaram pela América antes de Cristóvão Colombo e pouca gente fala disso. Os buracos da Lua podem muito bem ter sido feitos pela tripulação de Leif Ericsson ao atravessar o Mar da Tranquilidade. E só a desfaçatez típica dos americanos os pode levar a afirmar que Neil Armstrong foi o primeiro homem a pisar o solo lunar, quando há provas evidentes – nomeadamente dois álbuns a cores – que mostram ter sido Tintim o primeiro a fazê-lo. Podem os leitores mais letrados contrapor que também Jules Vernes descreveu uma ida à Lua. É verdade, mas o “Da Terra à Lua” sofre de vários problemas de credibilidade. Primeiro: não está documentado com imagens. Comparado com este romance, o livro de Hergé é uma foto-reportagem. E numa apreciação objectiva, uma foto-reportagem mais credível do que as do New York Times e menos esquerdista do que as de Sebastião Salgado. Segundo: Jules Verne é um tipo que alem da viagem à Lua, escreveu livros sobre viagens aos sítios mais estranhos e mirabolantes, como o fundo do mar, o centro da Terra ou a China. E terceiro, só porque alguém escreve que um homem foi à Lua não se torna exactamente uma prova definitiva. Seria como se eu escrevesse aqui que ainda este Sábado estive em Lisboa – nomeadamente Mel Lisboa. Só por estar escrito e parecer interessante não o tornaria verdadeiro. Nestes casos exige-se evidência gráfica. Eu, se passasse uma noite com a Mel Lisboa, exigiria.
Apesar das imagens de Armstrong e Tintim na superfície lunar, há quem não acredite na veracidade dos factos e reclame que tais imagens são pura manipulação. Ou porque a bandeira americana não mexe ou porque as estrelas não brilham ou porque os impropérios do capitão Haddock se propagam na inexistente atmosfera da Lua. Compreendo bem o cepticismo com que tais imagens são recebidas. No passado Domingo eu próprio vi um filme em que os seios da protagonista – ao contrário da bandeira americana na Lua – não manifestavam qualquer sinal de ondulação, apesar da turbulência evidente que a sua proprietária atravessava. Com a tecnologia à disposição, é importante manter uma atitude critica e atenta para não sermos induzidos em erro. É preciso saber distinguir imagens genuínas de uma qualquer produção feita em estúdio. Como se fossemos o Pacheco Pereira dos vídeos caseiros.
Algumas teorias da conspiração garantem que o governo americano nunca mandou astronautas à Lua mas se estava a preparar para invadir algumas crateras à procura de petróleo. Sarah Palin abandonou o executivo do Alasca por, segundo os comentadores, ambicionar mais “altos voos”. Cá para mim, a senhora quer ir à Lua.
A propósito da efeméride a Google lançou o Google Moon. Este software parece-me totalmente inútil. Uma vez que a maioria das pessoas só usa o Google Earth para ver a sua casa de cima e o Michael Jackson já não pode sonhar com a construção de um parque de diversões na Lua, o Google Moon vai apenas ser usado por três maluquinhos que conhecem melhor as crateras da Lua do que os taxistas as ruas de Lisboa.
Ir à Lua foi sempre um projecto muito ambicionado pela Humanidade, embora eu me contentasse em passar uns dias com a Scarlett Johansson – ou em caso de indisponibilidade, com a Megan Fox. Mas conseguir isto é para mim como ir à Lua era para os soviéticos dos anos 60. Seria cruzar novas fronteiras, o resto do mundo dividir-se-ia entre o espanto e a inveja mas não tenho o equipamento necessário para tal objectivo. E por isso, haverá sempre um Apolo 11 que consegue lá chegar enquanto eu fico especado na rampa de lançamento aos gritos “Houston, temos um problema”.
Por: Nuno Amaral Jerónimo