Terminado mais um ano lectivo, é tempo de merecidas férias para a maioria dos Alunos.
É nesta altura que começa o “pesadelo” dos pais. Com quem deixar os meninos? As alternativas são escassas e muito limitadas quer em quantidade quer em actividades oferecidas. Os espaços verdes onde seja possível andar de bicicleta ou fazer outro tipo de desporto também são escassos. Sem motivo para sair de casa, uma boa parte do tempo vai ser em frente ao computador.
Um estudo recente, integrado no projecto “E U Kids Online”, revelou alguns números interessantes que vale a pena ler, tanto por alunos como pelos pais. Desde logo, o estudo indica que cerca de 70% dos jovens entre os 6 e 17 anos usam a Internet. Em 2008 este número subiu para 75%. Também em 2008 60% de crianças entre os 6 e 10 anos já utilizava a Internet. Outro dado interessante é a utilização da Internet pelos pais. Em 2008 cerca de 85% dos pais de crianças e jovens entre os 6 e 17 anos utilizava a internet. Actualmente na Europa dos 27 somente 9% das crianças e jovens têm pais totalmente «desligados».
A realidade em Portugal é semelhante ao resto da Europa com ligeiras diferenças do número de utilizadores que, são menos em virtude de termos iniciado a utilização da internet mais tarde.
Desta investigação também se destaca os perigos da navegação aconselhando os pais a vigiarem de perto os conteúdos utilizados. A situação de maior risco é a divulgação de informações pessoais, sendo o risco mais apontado pelos pais. Segue-se a descoberta de pornografia online, a visualização de conteúdos violentos ou discriminatórios, a intimidação (cyberbullying). Curiosamente outro risco temido pelos pais e provavelmente o mais perigoso – encontro real (offline) com alguém conhecido online – aparece como o risco menos frequente.
Com este cenário, só me resta desejar boas férias com regras ou, na falta delas, com bom senso.
Paulo Sanches (vice-presidente da Ass. Pais da ESAA)