«Temos como objectivos políticos, consolidar a nossa votação e continuar a crescer, quer em percentagem, quer em número de votos». Esta foi a convicção deixada por José Pedro Branquinho, candidato da CDU às eleições legislativas no distrito da Guarda. O comunista apresentou publicamente a sua candidatura, na passada sexta-feira, e aproveitou para lançar algumas críticas ao Governo que considerou «desastroso e agressivo na relação com os trabalhadores».
José Pedro Branquinho, dirigente sindical no distrito e guia do Parque Arqueológico do Vale do Côa, destacou as medidas tomadas em relação aos funcionários da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro e da Direcção Geral de Reinserção Social que foram colocados em regime de mobilidade especial, sendo que «a grande maioria dos serviços perdeu funcionários e outros valências», alertou. O candidato sublinhou ainda a contribuição que as jornadas parlamentares realizadas pelo partido em Dezembro de 2006 deram ao nível da «visibilidade ao perigo de encerramento dos sete SAP’s que estavam planeados encerrar no final desse ano» e para o «não encerramento da maternidade da Guarda». Lamentou que o «PS e os seus deputados eleitos pela Guarda tenham votado contra o Projecto de Resolução relativo ao desenvolvimento integrado do distrito» e criticou a demora no processo de ampliação e modernização do hospital da Guarda, projecto «prometido» pelo PS para esta legislatura e que teve «apenas» o lançamento da primeira pedra no passado dia 29 de Maio pelo Primeiro-Ministro.
José Pedro Branquinho aproveitou também para sublinhar que a «política de direita seguida por este governo criou no país e no distrito, uma taxa desemprego superior a nove por cento, com todas as consequências para as famílias, aumentando a pobreza e as desigualdades». Nesse sentido, destacou a importância para o distrito dos sectores têxtil, do calçado e lanifícios, criticando a actual situação de «despedimentos colectivos, falências fraudulentas, insolvências», pondo estas áreas «na ruína e milhares de trabalhadores no desemprego».
A importância da agricultura «no combate à desertificação e no ordenamento do território» foi outro dos pontos focados. «Contudo, o Governo esquece as organizações dos agricultores como a CNA (Confederação Nacional de Agricultura), e no distrito a ADAG, e as suas reivindicações, canalizando 90 por cento dos apoios para os grandes agrários», lembrou.
O candidato comunista concluiu o discurso de apresentação, prometendo «fazer mais por Portugal e pelos portugueses», através de uma «política de esquerda, um projecto político que garanta direitos e liberdades, o desenvolvimento económico e social, a valorização do trabalho e emprego com direitos, a justa repartição do rendimento nacional, a defesa e preservação do ambiente e do património, sempre no quadro constitucional».
Rafael Mangana