Foram 65 os vinhos da região demarcada da Beira Interior postos à prova na passada terça-feira, nas instalações da Quinta da Ponte, na Faia, a uma dezena de quilómetros da Guarda. A segunda edição do concurso promovido pelo NERGA (Associação Empresarial da Região da Guarda) e pela Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI) foi avalizada por um júri de 16 elementos, entre enólogos e representantes de uma revista especializada e de outras comissões vitivinícolas.
Relativamente à edição anterior, este ano foram criadas restrições aos associados, sendo que cada um só podia concorrer com seis referências enquanto os premiados do ano anterior não puderam concorrer. «Com a experiência adquirida no ano passado, tivemos que repetir o evento. É uma prova que os vinhos da Beira Interior têm qualidade e isto ajuda à divulgação de todo o esforço que os nossos agentes económicos têm feito para a promoção da qualidade. Aqui, nota-se perfeitamente que esse esforço está a ser retribuído pelas acções de divulgação que este concurso traz», adianta João Pedro Esteves. Para o presidente da CVRBI, «a qualidade dos vinhos está-se a evidenciar pelas reconversões feitas. Em toda a Beira Interior já foram requalificados 1.600 hectares de vinha e isto é fruto dessa mudança, que melhorou a qualidade dos vinhos», acrescenta.
João Pedro Esteves constata ainda que os vinhos da Beira Interior, «quando entram em concorrência com os produtos de outras regiões, afirmam-se pela sua qualidade». A opinião é partilhada pelo presidente do júri, para quem «o concurso foi um sucesso a todos os níveis». Rodolfo Queirós destacou ainda a excelência dos provadores, «que dão mais credibilidade ao evento». António Sousa, um dos enólogos convidados para o júri, afirmou no final que o concurso pretende dinamizar «uma zona que estava esquecida no mundo dos vinhos e que tem muito potencial, apesar de ainda faltar um pouco de técnica na produção». Paulo Pechorro, membro do júri e da Associação de Escanções de Portugal, reiterou a ideia da «potencialidade» da região, admitindo que «há ainda passos a percorrer, mas são este tipo de eventos que ajudam a promover a Beira Interior para que os seus vinhos sejam reconhecidos».
No concurso participaram vinhos tintos, brancos, rosados e espumantes de 20 produtores da região, classificados com a Denominação de Origem Controlada (DOC) Beira Interior ou como Vinho Regional Beiras. A entrega dos prémios está agendada para dia 27, durante o jantar da Confraria dos Enófilos da Beira Interior no Arquivo Distrital da Guarda.
Rafael Mangana 
