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«Vamos reduzir custos, mas não vamos deixar que se perca qualquer actividade»

Cara a Cara – Entrevista – Álvaro Nunes

P – Estava à espera de ser nomeado director da Agência da Fundação Inatel da Guarda?

R – Não. Foi uma surpresa para mim, mesmo estando nesta instituição há muitos anos.

P – Que projectos pretende implementar?

R – Enquanto Fundação, a instituição que servimos tem um plano director que orienta toda a actividade a nível nacional e, no distrito da Guarda, somos capazes de implementar as suas franjas. Como projecto propriamente dito, há que estabelecer o reforço da ligação da Fundação com os seus beneficiários, com os individuais e os colectivos, que são os Centros de Cultura e Desporto. Os CCD, constituídos em torno de um bairro ou de uma empresa, são células vivas do tecido social do distrito.

P – Como pretende estabelecer esse reforço?

R – Queremos reforçar e abrir novos canais de comunicação com estas células. Vamos fazê-lo através de uma maior proximidade, conhecendo efectivamente as pessoas e estabelecendo parcerias. Queremos movimentações no sentido de aproximar dessas células elementos da sociedade e os trabalhadores, para quem fundamentalmente nós nos dirigimos.

P – Quais as alterações que se vão sentir na Guarda com a passagem do Inatel a Fundação?

R – A 17 Abril de 2008, em Conselho de Ministros, foi encerrado o instituto público que era o Inatel e constituída a Fundação. E a Fundação herda todo o património do instituto público Inatel. Como tal, herda também uma componente forte que talvez se possa referir como sendo o vector principal da acção, que é a componente social. Além da auto-sustentabilidade, do equilíbrio financeiro, não podemos descurar o aspecto social, o papel que a fundação desempenha na sociedade e os serviços que presta. É evidente que os custos sociais são importantes e têm de ser equacionados.

P – Preocupa-o o facto das agências terem de ser auto-sustentáveis?

R – Em relação a verbas que possam estar disponíveis, confesso que tenho alguma preocupação. Temos a consciência de que é uma tarefa árdua, mas vamos conseguir que as contas não sejam embaraço para levarmos por diante a nossa acção. As receitas são importantes, de facto. Digamos que a nossa acção não pode perder de vista a receita, o financiamento, mas também estamos de igual forma preocupados em atingir os objectivos que estão definidos.

P – A cultura e o desporto têm sido as grandes bandeiras do Inatel da Guarda. São para manter com a mesma dinâmica?

R – Sim. As iniciativas terão que ser inevitavelmente repensadas, num contexto de crise nacional e mundial. Mas é nossa determinação disponibilizar meios para concretizar acções e fazer chegar apoios aos CCD, aos nossos beneficiários. Teremos de fazer alguns reajustamentos. As actividades desportivas, na sua generalidade, são para concretizar. Na cultura, estamos seguros que vamos continuar a apoiar actividades como o teatro, as exposições de fotografia ou os encontros de concertina.

P – Mas vai perder-se alguma actividade?

R – Nada se vai perder. Não é a orientação que existe. Vamos fazer reajustamentos para reduzir custos, mas não vamos deixar que se perca qualquer actividade. A ideia é reequacionar o todo para que as parcelas se possam verificar.

P – Que actividades desportivas destaca?

R – Pela proximidade de datas, destaco o campeonato distrital de pesca desportiva que vai decorrer nos próximos fins-de-semana, a partir domingo. Vai reunir perto de 100 participantes e 20 serão apurados para a fase nacional. No ténis de mesa, damas, atletismo ou tiro já decorreram as fases de apuramento.

P – E a nível cultural?

R – Também por uma questão de proximidade, destaco o lançamento da nova edição da nossa publicação semestral, que abarca toda a área cultural e será apresentada a 22 deste mês (amanhã) na Mêda. Este Boletim Cultural tem como tema os núcleos museológicos do nosso distrito. Depois há a exposição de fotografia, inspirada no tema “A Pedra na Beira”, de 19 de Junho a 19 de Julho, que decorrerá nas montras do centro histórico da Guarda. Pelo seu impacto, destaco os passeios culturais e ainda as escolas de música e os encontros de concertinas, que são manifestações culturais de grande espectacularidade. Depois de Figueira de Castelo Rodrigo, temos agora em Almeida, a 14 de Junho, e em Seia, a 4 de Julho.

Álvaro Nunes

«Vamos reduzir custos, mas não vamos deixar
        que se perca qualquer actividade»

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