Está a chegar a hora das decisões no PSD da Guarda e João Prata está praticamente confirmado como candidato à Câmara contra Joaquim Valente. Só falta mesmo que Álvaro Amaro se decida se concorre na capital do distrito, se fica em Gouveia ou vai integrar a lista social-democrata à Assembleia da República. Uma quarta saída para o líder da distrital parece ter-se fechado nas últimas semanas, após Marques Mendes ter manifestado indisponibilidade para concorrer ao Parlamento Europeu.
«Tudo está dependente de Álvaro Amaro. Há muitos assuntos que não se resolvem enquanto o presidente da distrital não escolher o seu futuro», adianta, sob anonimato, um dirigente social-democrata, para quem o PSD já está «a correr contra o tempo» na Guarda. Para este compasso de espera também contribui a directiva de Manuela Ferreira Leite que impede os candidatos a presidentes de Câmara de integrarem as listas nas legislativas. Ora, por cá esta medida retira da corrida a cúpula da distrital laranja, já que Júlio Sarmento recandidata-se em Trancoso, António Edmundo concorre a novo mandato em Figueira de Castelo Rodrigo e João Prata avançará na Guarda. Quanto a Álvaro Amaro, ninguém sabe. Neste cenário, Ana Manso tem fortes possibilidades de estar novamente em lugar elegível pelo círculo da Guarda. E até de liderar a lista se o presidente da distrital cumprir a promessa de não aceitar “paraquedistas” impostos pelas estruturas nacionais.
Em termos autárquicos, Crespo de Carvalho e Manuel Rodrigues já são cartas fora do baralho na capital do distrito. O empresário, que foi número dois de Ana Manso em 2001, mas como independente, tem vindo a perder apoios na concelhia e capacidade de influência junto de alguns militantes históricos. Quanto ao advogado, muitos sociais-democratas gostariam de o ver candidatar-se nestas autárquicas, mas tudo indica que se está a guardar para daqui a quatro anos. O caminho está então livre para o presidente da concelhia liderar a lista do PSD, situação que o próprio não confirma, nem desmente. Mas tudo poderá mudar se Álvaro Amaro optar por uma candidatura na sede de distrito, decisão que o próprio ainda não comunicou ao partido. Tal como não esclareceu se se recandidata em Gouveia, onde há oito anos conquistou um bastião socialista.
Caso não avance na “cidade-jardim”, o candidato do PSD deverá ser escolhido entre Carlos Peixoto e Joaquim Lourenço. A O INTERIOR, Álvaro Amaro declinou falar em nomes de candidatos na Guarda e muito menos em datas para divulgar o escolhido. «Não há nenhuma pessoa convidada, formalmente, para concorrer à Câmara», garantiu, reiterando que, aqui como no resto do distrito, é «o PSD que faz o seu caminho e, na altura certa, indicará o seu candidato». Quanto ao seu próprio futuro, o presidente da distrital e da Câmara de Gouveia disse apenas que a sua decisão está «tomadíssima». Álvaro Amaro acrescentou ainda que a directiva que impede os candidatos a presidentes de Câmara de integrarem as listas nas legislativas «não será um problema» e que na Guarda «ninguém lho colocou ainda».
Luis Martins