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«O “doente virtual” abre várias portas»

Cara a Cara – Entrevista – Isabel Neto

P – Em que consiste o projecto do “doente virtual”?

R – Consiste no desenvolvimento de uma ferramenta que simule um doente com diversas patologias que possa interagir com os profissionais de saúde, que se exprima na nossa língua e que incorpore as nossas características culturais, e que o faça aproximando-se o mais possível da realidade. É um projecto financiado pela União Europeia, com uma duração de dois anos, e que vai decorrer em simultâneo em oito países diferentes. O consórcio é constituído por 11 parceiros, sendo a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior a única instituição portuguesa participante.

P – Que vantagens poderá trazer para os profissionais da saúde, nomeadamente os médicos?

R – Durante a sua fase de formação é importante que os futuros médicos tenham à sua disposição um conjunto de meios que lhes permita desenvolver as competências necessárias ao seu desempenho profissional. Na nossa Faculdade temos vindo a introduzir os instrumentos adequados para atingir esses objectivos. Esta será mais uma ferramenta a utilizar e que permitirá desenvolver capacidades nos domínios da comunicação, da entrevista clínica, do raciocínio clínico e do diagnóstico. A sua utilização será certamente alargada à preparação de alunos de outros cursos, como Ciências Farmacêuticas.

P – E que vantagens advirão daí para os pacientes?

R – Tudo o que possa contribuir para uma boa preparação dos diferentes profissionais de saúde trará sempre vantagens para o doente. Na nossa Faculdade, um dos objectivos é a formação de pessoas que sejam capazes de desempenhar de forma competente o seu papel junto do doente. Esta ferramenta poderá ajudar nessa preparação, na maneira de interagir com ele e na aprendizagem do caminho correcto para fazer um diagnóstico adequado.

P – Está prevista a integração desta ferramenta no mundo hospitalar?

R – Para já, no âmbito deste projecto, será desenvolvida uma ferramenta adequada à formação de alunos de Medicina. No entanto, ela tem potencialidades para, no futuro, poder ser desenvolvida para aplicação noutros contextos de pós-graduação e de formação ao longo da vida.

P – Quando é que isso será possível?

R – Há ainda um caminho a percorrer. Estamos no início de um projecto que durará dois anos e após a sua conclusão haverá com certeza lugar ao desenvolvimento de outros projectos com ele relacionados.

P – Em que âmbito está a ser desenvolvido?

R – Esta ferramenta insere-se num projecto europeu financiado no âmbito do Programa Leonardo da Vinci (EU Longlife Learning Programme).

P – Como é que esta investigação poderá prosseguir?

R – O “doente virtual” abre várias portas para desenvolvimento de investigação relacionada com a utilização de ambientes virtuais na formação médica.

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