A distrital da Guarda do PSD acusa o PS de usar os serviços da Segurança Social para fazer acções político-partidárias e manifesta «sérias dúvidas» sobre a isenção das equipas de acompanhamento dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) no distrito.
Em conferência de imprensa, Álvaro Amaro denunciou na última segunda-feira que «a um ano das autárquicas, o Governo duplica estruturas, arranja clientelas e talvez esteja a criar uma subsidiodependência por causa da manipulação dos votos em 2009». O líder dos social-democratas acrescentou não ter dados concretos quanto a isso, mas disse desconfiar da constituição daquelas unidades concelhias, mediante protocolos com associações locais, dizendo desconhecer os critérios da sua actuação e como foram escolhidos os seus elementos. «Parece-nos que o serviço distrital da Segurança Social não olha às necessidades das pessoas, mas serve para o PS fazer acção político-partidária no terreno», criticou o dirigente.
Também a recente visita de Idália Moniz, secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, a várias Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do distrito foi criticada por ser «o exemplo da utilização do aparelho do Estado por parte do PS, que é useiro e vezeiro nisso», declarou Álvaro Amaro, aludindo a «situações caricatas» nas últimas semanas. «Estamos a um ano das eleições e os indícios são de uma pouca vergonha», acusou, considerando que o serviço distrital da Segurança Social é «ineficaz e incapaz, além de actuar com insensibilidade social». Uma imagem com a qual concorda António Edmundo, acrescentando que em Figueira de Castelo Rodrigo terá sido o vereador socialista [Carlos Panta] na autarquia a que preside quem «colocou pessoas nas equipas de acompanhamento do RSI».
O vice-presidente da distrital garante ainda que estas estruturas «duplicam o trabalho dos técnicos da Segurança Social e da Acção Social das autarquias», pelo que desconfia que possam ter «outros fins». Nesse sentido, o PSD exige a clarificação da legalidade destas equipas, que se devem abster de «práticas casuísticas, subjectivas e orientadas politicamente para o combate partidário». Em comunicado, a distrital estranha também que «se gaste dinheiro com novas equipas, numa altura em que não há verbas para lares e serviços de acção social e se cortam os protocolos existentes». Já o edil da Mêda e autarca mais antigo do PSD no distrito definiu a situação como sendo de «assédio às associações».
«No meu concelho foram visitados projectos do Patronato e da Misericórdia, que não tiveram apoios da Segurança Social. Espero agora que a secretária de Estado dê os subsídios que prometeu», exigiu João Mourato. Na sua opinião, tudo não passa de «uma tentativa para ganhar algum apoio eleitoral por métodos anormais e que não se coadunam com a democracia», criticou. Pires Veiga, director do Centro Distrital de Segurança Social da Guarda, recusou comentar para já as acusações da distrital do PSD.
Luis Martins