P – Porquê a escolha do CCD Estrela do Zêzere da Boidobra para acolher as comemorações do Dia Internacional da Juventude na região Centro?
R – Trata-se de um projecto que está a ser desenvolvido desde o ano passado. A direcção do CCD Estrela do Zêzere da Boidobra desafiou o IPJ para realizar, na qualidade de associação juvenil, uma Semana da Juventude que coincidisse com as comemorações do Dia Internacional da Juventude a 12 de Agosto. O IPJ aceitou, a direcção daquela colectividade empenhou-se e envolveu a comunidade e algumas associações juvenis do distrito de Castelo Branco. Este ano, com base na experiência adquirida em 2007 e na nova escala do IPJ, decidimos dar continuidade ao projecto, acrescentando-lhe uma base regional.
P – Arrancou, recentemente, o programa “Férias em Movimento”. Que respostas oferece o IPJ para a ocupação de tempos livres?
R – O IPJ tem uma grande capacidade de resposta no quadro da ocupação dos tempos livres dos jovens em períodos de férias e pausas escolares e regista um grande fluxo de actividade entre o início de Junho e o final de Setembro. A implementação dos programas acontece numa lógica de rede, de parcerias estabelecidas com as associações e federações juvenis, Câmaras, Juntas de Freguesia, IPSS e outras instituições. Para além do “Férias em Movimento”, há outros programas como o OTL, o Voluntariado Jovem Para as Florestas, os programas de voluntariado em parceria com a Segurança Social, os Campos de Trabalho Internacionais, entre outros. Depois, há as parcerias que estabelecemos com algumas associações juvenis e que têm permitido criar um conjunto de respostas a outras necessidades, a existência de festivais, acampamentos e semanas da juventude. No início de Outubro faremos o balanço de toda esta actividade.
P – Além destes, que outros projectos estão a ser desenvolvidos?
R – O IPJ desenvolve várias actividades ao longo do ano. Desde logo o projecto de cooperação transfronteiriça com os vizinhos e parceiros espanhóis. Julgo que este espaço da zona da raia tem muito a ganhar se conseguirmos quebrar as fronteiras que são, agora, apenas imaginárias. Desenvolvemos um primeiro projecto com a Direcção-Geral de Juventude de Castela e Leão, o COJUTRA, com grande sucesso. Por isso, este é um projecto de continuidade e efectuámos uma nova candidatura, que ainda aguarda aprovação. Depois, nos próximos dias 8, 9 e 10, terá lugar, em Cidade Rodrigo, o III Acampamento Transfronteiriço da Juventude.
P – Que perfil traça das associações juvenis da região Centro?
R – A região possui quase 600 associações juvenis, grupos informais e associações equiparadas. É um universo muito interessante, não só pelo peso da sua quantidade mas, fundamentalmente, pela marca da sua grande qualidade. São associações e federações muito dinâmicas e criativas, caso da Federação das Associações Juvenis do Distrito da Guarda, e que fazem toda a diferença no quadro da implementação de projectos no terreno. Nos seis distritos do Centro, as associações juvenis são verdadeiros parceiros estratégicos do IPJ.
P – Que balanço faz dos últimos três anos à frente da delegação de Castelo Branco do IPJ?
R – Faço um balanço muito positivo. Estou muito satisfeito com o trabalho desenvolvido e, acima de tudo, com os resultados. Mas há ainda muito trabalho por fazer. O IPJ funciona num modelo regionalizado com base numa Direcção Regional que tem a responsabilidade de orientar a actividade nos seis distritos. Encontramo-nos num processo de transformação e consolidação que também já começou a dar resultados.
P – Considera que ainda faz sentido a existência do IPJ, tendo em conta que, cada vez mais, as autarquias assumem um papel semelhante?
R – Creio que o que não faz sentido é existirem desencontros de esforços financeiros e outros num país que não se pode dar ao luxo do desperdício. O IPJ e as autarquias desempenham papéis complementares na aplicação de uma política de juventude. O grande exemplo desta cooperação tem sido a implementação das Lojas Ponto Já. As autarquias constituem-se, aliás, como grandes parceiros estratégicos do IPJ.