No seu primeiro comício, realizado em Celorico da Beira na tarde do último sábado, José Albano Marques, candidato à Federação do PS da Guarda, prometeu ajudar o actual primeiro-ministro a voltar a obter maioria absoluta nas eleições de 2009. Na festa de apresentação pública da candidatura, onde foram conhecidos os 14 mandatários concelhios e directores de campanha, marcaram presença cerca de 600 militantes. O candidato garante ter já o apoio de 11 das 14 concelhias socialistas do distrito.
No seu discurso, José Albano Marques, primeiro a apresentar a candidatura no passado mês de Abril, considerou que o distrito «precisa do PS que tem que estar forte, capaz, ambicioso e influente», defendendo que os «últimos anos foram maus demais para o PS da Guarda». Aliás, frisou que «à beira de eleições autárquicas, europeias e legislativas, a responsabilidade dos socialistas da Guarda é grande e deveras importante», salientou. O candidato referiu que os militantes, ao votarem em si, contribuirão para «voltar a dar a maioria absoluta, tão merecida, ao nosso camarada José Sócrates». Caso vença as eleições, que deverão ocorrer em Outubro, pretende «reforçar a coesão e fomentar o diálogo entre todos os nossos autarcas e militantes, através da realização de plenários mensais em todas as concelhias». Outra medida a implementar é a criação de um Conselho de Presidentes de Concelhia, de modo a «fortalecer a comunicação entre a Federação e as estruturas concelhias», bem como com o «partido a nível nacional e a sociedade civil». Criar uma página na Internet e uma base de dados para comunicar com os militantes por correio electrónico são outras propostas, assim como organizar uma convenção autárquica anual para discutir o desenvolvimento do distrito.
A criação da “Universidade Novos Desafios”, que visa reunir elementos de cada concelho e personalidades a nível nacional para «compreender os problemas concretos, ouvindo os protagonistas» é outra iniciativa que o actual presidente da concelhia e líder do grupo parlamentar na Assembleia Municipal de Celorico da Beira quer levar a cabo. Num longo discurso, José Albano Marques sublinhou que os militantes «vão ter que decidir entre uma candidatura que representa o passado, totalmente secundada por todos aqueles que governaram o PS nos últimos seis anos, que deixaram de combater a lado de José Sócrates» e a sua que está «mais vocacionada para o combate autárquico», defendeu, fazendo uma promessa: «Quero servir o PS mas dele nunca me servirei», garantiu.
«Já ganhou as primárias»
Por sua vez, André Figueiredo, director de campanha, realçou que a candidatura de José Albano Marques está «perto de Lisboa», aludindo a uma proximidade ao secretário-geral do partido, José Sócrates. No entanto, o antigo líder da concelhia de Seia e membro da Comissão Política Nacional que actualmente desempenha funções de assessor do primeiro-ministro, frisou que não é motivo para serem acusados de «aparelhismo», uma vez que o PS «tem que estar ligado e próximo do seu secretário-geral». Assim, reforçou que o candidato à Federação «conhece o distrito como ninguém e sei que a ligação que tem com Lisboa é forte e ele sabe que tem que defender este Governo. Nós temos que defendê-lo e a Guarda vai dar a maioria absoluta a José Sócrates em 2009», completou. O dirigente socialista considerou ainda que José Albano Marques «é uma referência no PS da Guarda e começa a sê-lo em Lisboa». Já o histórico Santinho Pacheco, considerou que o candidato que apoia «já ganhou as primárias do PS», numa campanha «que está a mobilizar os militantes do distrito». Nuno Silva, presidente da Federação da JS da Guarda, salientou que esta é uma candidatura «de um colectivo e de uma força de esquerda renovada», enquanto a de Eduardo Brito «é mais do mesmo e representa o passado». Capoulas Santos, vice-presidente da Comissão Política Nacional do PS e deputado europeu, enviou uma mensagem de apoio ao candidato, onde afirmou que José Albano Marques «estará à altura de unir os socialistas de todo o distrito da Guarda para levar de vencida o novo ciclo eleitoral que se avizinha».
Ricardo Cordeiro
