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Afluência cresce no terceiro ano do TMG

A taxa de ocupação média anual é superior a 61 por cento, o valor mais elevado desde a sua abertura

O número de espectadores e frequentadores das actividades do Teatro Municipal da Guarda (TMG) continua a aumentar. No ano passado houve 344 iniciativas, que foram vistas por mais de 109 mil pessoas, resultando numa taxa de ocupação média anual superior a 61 por cento. É o valor mais elevado desde que o TMG abriu portas, a 25 de Abril de 2005, e deixou os seus responsáveis muito satisfeitos.

«2008 é o ano da consagração», considerou Virgílio Bento, vereador com o pelouro da Cultura na autarquia, que é a principal financiadora deste equipamento. Num balanço divulgado na passada quinta-feira, por ocasião do terceiro aniversário do teatro, Américo Rodrigues revelou que só as iniciativas promovidas pelo TMG foram vistas por 45.014 espectadores. «É mais do que a população do concelho», regozijou-se o director que tutela as áreas artística e cultural. Reclamou, por isso, a realização de um estudo sociológico que caracterize a proveniência, os gostos e as expectativas do público, até porque o TMG tem que chegar a mais gente dos distritos de Castelo Branco e Viseu, mas também de Espanha. Os alunos do secundário e do ensino superior são outra prioridade, pois têm «mais resistência a vir aos espectáculos», considerou.

Por outro lado, Américo Rodrigues garantiu que o TMG é o equipamento da Guarda com «mais repercussão nacional», acrescentando que já é uma atracção turística por causa da sua arquitectura. «Gostava que todos os guardenses se identificassem com o teatro e, sobretudo, que as empresas locais nos apoiassem mais», referiu. Em termos financeiros, depois de estabilizadas as contas da empresa municipal, o director anunciou que o objectivo para 2008 é resolver a dívida à banca. E voltou a insistir que «o maior problema» do TMG continua a ser a falta de apoio do Ministério da Cultura. O que pode vir a mudar nos próximos tempos, anunciou Jorge Barreto Xavier, presente na cerimónia. O director-geral das Artes, que viveu na Guarda até ir para a universidade, admitiu «não ser possível a tutela financiar todos os teatros municipais existentes no país», mas apontou algumas alternativas.

Referiu, nomeadamente, que o ministro vai rever a lei do mecenato para que dela possam beneficiar as empresas municipais que gerem estes equipamentos, como é o caso na Guarda. E garantiu, sobretudo, que vai empenhar-se na criação de uma rede nacional de teatros, no âmbito da qual circularão espectáculos e serão partilhadas produções e recursos. Barreto Xavier disse ter ficado surpreendido com os números do TMG, onde esteve pela primeira vez: «Três anos para um equipamento desta dimensão não é muito tempo, mas a participação do público, a dinâmica que conseguiu manifestar e o suporte da autarquia, têm garantido uma taxa de ocupação que é muito satisfatória», considerou.

900 mil euros candidatados ao INTERREG

O TMG apresentou, juntamente com os parceiros espanhóis da Junta de Castela e Leão e da Fundação de Salamanca, duas candidaturas ao programa comunitário INTERREG, orçadas num total de 900 mil euros. Na primeira parceria transfronteiriça pretende-se organizar um festival de músicas do mundo, uma produção conjunta com actores da Guarda e daquela província autónoma e a um festival de blues na rua. A segunda destina-se a acções de formação nas artes do espectáculo, à edição de uma antologia de poetas da Guarda e Salamanca e à realização, na Guarda, de três festivais de música clássica, de teatro ibérico e de cinema. Esta candidatura representa um investimento da ordem dos 600 mil euros, mais 300 mil que a promovida com a Junta de Castela e Leão. «Se conseguirmos isto, teremos uma óptima fonte de financiamento, se calhar nem precisaremos dos apoios do ministério», afirmou Américo Rodrigues.

Luis Martins

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