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Extinção dos dinossauros

mitocôndrias e quasares

Durante milhões de anos, a vida na Terra foi dominada pelos dinossauros. Contudo, algum acontecimento levou à sua extinção uma vez que estes animais desapareceram de uma forma súbita. O mistério do seu desaparecimento foi, ao que se julga, resolvido por paleontologistas, numa elucidativa aplicação do método científico. Na fase de experimentação e recolha de dados, os paleontologistas estudaram fósseis e esqueletos localizados em várias camadas da crusta terrestre. Tais resultados permitiram-lhes determinar quais as espécies existentes em cada período geológico. Ora não se encontram esqueletos dos dinossauros nas camadas posteriores ao período Cretácico, isto é, em camadas com menos 65 milhões de anos. Concluiu-se portanto que os dinossauros se extinguiram há cerca de 65 milhões de anos. Que terá então sucedido?

Foram avançadas numerosas hipóteses para explicar o desaparecimento dos dinossauros, entre elas a de uma quebra na cadeia alimentar e a de uma mudança climática drástica provocada por violentas erupções vulcânicas. Contudo, não existia evidência experimental conclusiva em favor de nenhuma das hipóteses. Até que, 1977, um grupo de paleontologistas que trabalhava em Itália, perto Gubbio, obteve dados muitos curiosos. A análise química de uma camada de argila depositada sobre sedimentos do período Cretácico tinha um teor anormalmente elevado do elemento irídio. O irídio é muito raro na crusta terrestre, mas é bastante mais abundante nos asteróides.

Formolou-se então uma nova hipótese para explicar a extinção dos dinossauros. A grande abundância de irídio resultaria da colisão de um asteróide com vários quilómetros de diâmetro com a Terra, há cerca de 65 milhões de anos. O seu impacto com a superfície teria sido tremendo, dando-se a vaporização de rochas e solo em torno do ponto de impacto. As poeiras e partículas resultantes, uma vez na atmosfera, terão permanecido em circulação em torno da Terra durante meses ou mesmo anos, obscurecendo a superfície do planeta. Sem luz em quantidade, as plantas teriam definhado, o que é confirmado pelas análises fósseis. Em consequência do desaparecimento da maioria das plantas, os animais herbívoros teriam começado por sua vez a desaparecer, seguidos depois pelos carnívoros. A redução das fontes alimentares teria afectado mais, e mais depressa, as espécies maiores, consumidoras de maiores quantidades de alimentos. Deste modo, os enormes dinossauros ter-se-iam extinguido por falta de comida.

A hipótese descrita é interessante e suscitadora de novas investigações, pois se for correcta, o teor elevado de irídio encontrado em Gubbio tem de existir em camadas equivalentes em vários pontos da Terra. Por outro lado, será de esperar que outras espécies corpulentas tenham também desaparecido na mesma altura. Um estudo feito em 1990 na península de Yucatan, no México, leva a pensar que esse poderá ter sido o ponto de impacto do asteróide. Com efeito, encontram-se aí rochas vítreas compatíveis com as previsíveis temperaturas elevadas geradas pela colisão. O conjunto de dados experimentais em favor da hipótese é actualmente tão grande que alguns cientistas já se lhe referem como sendo a teoria da extinção dos dinossauros.

Por: António Costa

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