Arquivo

O melhor da arquitectura contemporânea portuguesa

Exposição organizada pela Ordem apresenta no TMG 76 projectos de autores mais ou menos conhecidos

O Teatro Municipal da Guarda, do arquitecto Carlos Veloso, é uma das obras que integram a exposição “Habitar Portugal 2003/2005”, patente entre amanhã e dia 29 no “foyer” do grande auditório do TMG. A mostra é organizada pela Ordem dos Arquitectos e apresenta alguns dos melhores exemplos da arquitectura portuguesa contemporânea. Foram seleccionados 76 projectos de autores mais ou menos conhecidos, construídos no país e no estrangeiro.

Moradias, conjuntos habitacionais, espaços públicos, instituições, escolas, estádios, igrejas, bibliotecas, arte urbana, centros culturais e até cemitérios são a matéria-prima de uma iniciativa cujo objectivo é demonstrar «a dispersão territorial, a diversidade de programas, as diferentes “linguagens” e a multiplicidade de autores da produção arquitectónica portuguesa contemporânea», refere a presidente da Ordem, na nota introdutória à exposição. A exposição divide-se por regiões (Norte, Porto, Centro, Lisboa, Sul, Ilhas e Fora de Portugal) e fornece informação detalhada sobre os projectos, além de imagens e plantas. Esta segunda edição do projecto “Habitar Portugal” pretende «aproximar a arquitectura dos cidadãos», assumindo Helena Roseta que a escolha apresentada é uma possível, entre muitas outras. «Mas é também um panorama da arquitectura do século XXI em Portugal, cuja qualidade nos anima e nos dá esperança na nossa capacidade de promover um território mais qualificado», considera.

Nesse sentido, José António Bandeirinha, o comissário geral da exposição, acrescenta que um dos princípios que norteou esta selecção, a cargo de comissários regionais, foi o da acessibilidade dos cidadãos às obras em causa. «Pretendia-se, igualmente, evidenciar a diversidade de escalas de intervenção, tentar escolher obras que pudessem abranger um leque de situações tão vasto quanto possível, no intuito de tornar claro que a qualidade se pode conseguir com qualquer dimensão, com qualquer orçamento», refere. Segundo o comissário geral, excluindo capelas e cemitérios – que representam 10 por cento dos projectos expostos, grande parte das obras escolhidas (55 por cento) tem um carácter de uso exclusivamente público. «Essa percentagem é avassaladora na região Centro — com 100 por cento das obras — e menos influente no Norte e na Área Metropolitana de Lisboa», constata. Já 21 por cento diz respeito a programas de estruturação de espaço urbano e 18 por cento a edifícios destinados a utilizações de ordem cultural. Há ainda intervenções mais amplas, como planos, edifícios, ou conjuntos, que estruturam cidade, e espaços memória reabilitados. A mostra pode ser visitada no horário da bilheteira do TMG.

Cubos mágicos

No ano passado o projecto do TMG foi pré-seleccionado para o Prémio Mies van der Rohe e integrou o conjunto de 30 obras finalistas dos Prémios FAD’2006, dois dos mais prestigiados galardões de arquitectura europeus. O complexo cultural, da autoria do guardense Carlos Veloso, radicado no Porto, foi inaugurado em Abril de 2005 e é constituído por dois cubos gigantes. Num deles está localizado o grande auditório, com capacidade para mais de 600 pessoas, e também o pequeno auditório, com 164 lugares. O outro bloco acolhe o café-concerto, com capacidade para 100 pessoas, uma galeria de arte e um estacionamento subterrâneo de três pisos. A ideia dos dois cubos e a sua relação com a envolvente parece ter conquistado adeptos no mundo da arquitectura.

Luis Martins

Sobre o autor

Leave a Reply