O Professor Constantino Rei, Director da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do IPG, responde ao meu texto da semana passada. Começa por detectar uma contradição: eu, este vosso criado, aceito a importância do IPG mas nada faço para o dignificar. Esclareço que não há contradição pelo simples facto de que a necessidade de o IPG se dignificar, com ou sem a minha ajuda, nada tem a ver com o meu direito em dizer o que penso sobre o que ali se passa. Alhos são alhos e bugalhos são bugalhos. O IPG é importante para a Guarda e é importante que se dignifique, de preferência por mérito próprio.
Diz de seguida que há problemas em todas as empresas e instituições. Tem razão. A questão aqui é de escala. É como uma inscrição na Real República Palácio da Loucura, em Coimbra, glosando uma frase de Winston Churchill, em louvor dos pilotos da RAF. Dizia Churchill que nunca “tantos tinham devido tanto a tão poucos”. No Palácio, crivado de dívidas, reconhecia-se que “nunca tão poucos deveram tanto a tantos”. No caso do IPG, diria que nunca tão poucos criaram tantos conflitos em tão pouco tempo.
Continua Constantino Rei dizendo que me fica mal fazer passar a ideia de que, contrariamente a Luís Figueiredo (que de facto considero ser um génio), os outros professores do IPG são uns analfabetos incompetentes. Fica-lhe mal a si, professor, atribuir-me tão exageradas e injustas opiniões. Há e houve outros professores muito bons no IPG, na sua e noutras escolas. Muitos deles honram-me com a sua amizade. A questão é outra e é grave: no Conselho Científico da sua escola houve quem, a coberto do anonimato, não aprovasse a nomeação definitiva de Luís Figueiredo. Este facto não os transforma em analfabetos, claro que não (ao menos no sentido comum de “analfabeto”), mas coloca sérias dúvidas sobre a sua seriedade científica.
Prossegue o Professor Constantino Rei com dados sobre a qualidade do ensino do IPG. Remete-me para sites na internet onde estará disponível a informação mais relevante. Desafia-me a visitar a instituição (tenho a dizer-lhe que já fui lá muitas vezes e, infelizmente, na maior parte das vezes como advogado) e a verificar o que de bom aí se faz. Acredito que sim. Tenho aliás a certeza de que Constantino Rei e Joaquim Brigas, este último Director da ESE e meu amigo há quase quarenta anos, têm feito os possíveis e impossíveis para valorizarem as suas escolas. O problema é que não chega. O problema é que o IPG não tem na cidade o impacto que deveria ter.
Por falta de espaço, não posso fazer a análise dos documentos para que Constantino Rei me remete. Prometo fazê-lo. Já vi que a ESTG, depois de anos de decadência, conseguiu no ano lectivo de 2006/2007 aumentar o número de alunos. É um bom sinal e pode ser o início da recuperação se for o fruto do bom trabalho desenvolvido pela direcção da escola e não simples consequência de circunstâncias conjunturais. (Continua)
Sugestões
Um filme: Walk The Line (com Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon), sobre a vida de Johnny Cash. Agora em DVD e a bom preço.
Outro: Persona Non Grata (de Oliver Stone), sobre o conflito israelo-árabe. Também em DVD.
Por: António Ferreira