Sobre o vandalismo – A Câmara da Guarda tem lamentado os atos de vandalismo que têm ocorrido na cidade. Enquanto moradora de um bairro da mesma, o meu sono tem sido recorrentemente interrompido pelo ruído noturno de quem retorna a casa depois das festas que o município proporciona e, percebendo-se claramente que o álcool é combustível dos transeuntes, que geralmente se deslocam em grupo, questiono a raiz do problema do vandalismo. Com tanta festa boémia, o que espera um governante dos comportamentos dos seus jovens munícipes? Atitudes racionais e ponderadas? O álcool não promove a consciência e, todos sabemos, as festas promovem o álcool. A conclusão deste silogismo é de fácil resolução: A Câmara da Guarda promove festas que promovem o álcool e que, por sua vez, promove o vandalismo. Logo, a Câmara da Guarda promove o vandalismo. Todos os atos de vandalismo são reprováveis, inclusive aqueles que o próprio município pratica sobre o espaço público, negligenciando-o.
Sobre o que se celebra – Tenho refletido sobre as razões que levam o nosso autarca a celebrar tanto. Não será certamente por sermos uma cidade excecional, na rota do desenvolvimento, tida como exemplo de boas práticas e gestão. Porque será, então? Será que é o poder que se celebra e por isso o culto da imagem? Vemos ecrãs por toda a parte com a imagem do presidente, as fotografias do município têm sempre o mesmo foco – o presidente. Não importa o que está a acontecer, importa a presença do presidente. Também não importa o que se faz, importa o que o presidente diz. Longe vão os tempos em que a excelência era tida como condição para um político governar uma cidade.
Sobre os fantasmas do passado – Diz-se por aí que está definido o novo conselho de administração da ULS e também referem o seu mentor. Vivemos num incrível paradigma onde mesmo aqueles que foram condenados pelas leis que nos regem continuam a exercer poder sobre os seus súbditos que, cegamente, lhes obedecem e agradecem. Há pessoas que dependem uma vida inteira do poder e da capacidade que têm em comandar os desprovidos de pensamento crítico. Só podem ser pessoas de espírito fraco e de valores diminutos, estas que mandam e aquelas que cumprem. Eis como os fracos ascendem ao poder e como os mais fracos ainda enchem o ego com a recompensa que lhes é oferecida. Assim se suja a política. Assim definha a cidade da Guarda.
Breves considerações para o leitor refletir
“Vivemos num incrível paradigma onde mesmo aqueles que foram condenados pelas leis que nos regem continuam a exercer poder sobre os seus súbditos que, cegamente, lhes obedecem e agradecem. “