Com o intuito de homenagear José Afonso no dia do vigésimo aniversário da sua morte, um grupo de cidadãos da Guarda promove amanhã à noite, no café Central, uma sessão pública onde, para além da evocação da vida e obra do poeta, serão interpretadas as músicas que o imortalizaram.
De cariz informal e com uma estrutura aleatória, a tertúlia recorda o percurso de Zeca Afonso, uma tarefa a cargo de António José de Dias Almeida, que abordará o antes e depois da Revolução de Abril. O objectivo é entender «o que ele foi para o 25 de Abril, e depois da revolução, em que manteve um papel de intervenção a nível da música, das palavras e da poesia», adianta Jorge Noutel, um dos organizadores da homenagem. A música vai estar a cargo do grupo Feiticeiro de Oz, que interpretarão os grandes êxitos de José Afonso em mais de três décadas de carreira. Da responsabilidade de algumas personalidades políticas e sindicais da Guarda, esta sessão não pretende representar «qualquer força política ou partidária», avisa Jorge Noutel, sublinhando que «o que os une é a evocação de alguém que ainda é uma figura de proa da cultura portuguesa e do civismo, tendo contribuído para a formação de todos nós». O próprio Zeca Afonso teria resolvido o assunto, quando trauteou “seja benvindo quem vier por bem/se houver alguém que não queira/trá-lo contigo também”. José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, mais conhecido como Zeca Afonso, nasceu em Aveiro a 2 de Agosto de 1929. Foi músico, cantor e poeta, mas também professor, pedagogo, combatente pela democracia e liberdade, ficando para sempre recordado como o autor da música “Grândola Vila Morena”, senha das Forças Armadas no 25 de Abril de 1974. Faleceu hospitalizado em Setúbal, vítima de doença prolongada.