A Editora Porta da Estrela, proprietária da extinta Rádio Beira Alta, ainda não ponderou se vai concorrer à atribuição de uma frequência de radiodifusão no município, cujo concurso público foi anunciado, na semana passada, pelo Governo. «Tomámos nota do despacho, mas não reunimos para analisar essa eventualidade, o que deverá acontecer esta semana”, disse José Manuel Brito, daquela empresa de comunicação social local detentora do trimensário “Porta da Estrela”.
O responsável adianta, de resto, que o prazo para entrega das candidaturas decorre de 5 a 22 de Março, pelo que a decisão terá que ser «devidamente ponderada». Nesse sentido, sublinha que «qualquer projecto implica recursos financeiros avultados e bons profissionais que garantam um produto de qualidade». No entanto, localmente fala-se noutro potencial interessado, a Fundação D. Aurora Borges, uma IPSS radicada na freguesia de Santa Marinha que edita um quinzenário. Mas certezas só mesmo a 29 de Março, data em que ocorrerá a abertura das candidaturas na sede da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
O concelho de Seia está sem estação de rádio desde 1 Julho de 2003, dia em que terminaram as emissões da Rádio Beira Alta, que transmitia na frequência de 93,6 megahertz (Mhz), após uma deliberação da então Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS). A licença para o exercício de actividade de radiodifusão foi cancelada a 3 de Outubro de 2001, pelo facto da proprietária não ter solicitado a renovação do alvará. Na altura, a Editora Porta da Estrela recorreu da decisão para o Tribunal Central Administrativo, em Lisboa, pretendendo a suspensão da decisão da AACS. Mas a Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) considerou que as emissões deveriam ser encerradas e cumprida a deliberação da Alta Autoridade, pondo fim a 24 anos de emissões. Desde então, Eduardo Brito, autarca local, não se tem cansado de repetir que Seia «merece uma rádio local».