A Sertã acolheu, pela primeira vez, a gala de entrega dos prémios do Concurso de Vinhos da Beira Interior. E não foi por acaso: o concelho tem uma longa tradição na produção de vinho, que já teve melhores dias, mas está a ser recuperada graças a vários pequenos produtores, que estão, «com grande entusiasmo e grande paixão, a tentar reavivar o negócio», afirma o presidente do município.
Nesse sentido, Carlos Miranda espera que o evento tenha dado «uma motivação extra para o trabalho que estão a fazer», além de ter colocado a Sertã «no centro» do roteiro vínico da Beira Interior. «É importante para eles conhecerem este mundo, relacionarem-se, perceberem aquilo que os outros estão a fazer e o que de melhor se faz na Beira Interior, pois é com as melhores experiências e com as melhores práticas que aprendemos», realça o autarca, para quem o evento acontecer na Sertã serve também para dar a conhecer que «o Pinhal Interior também tem potencial para fazer vinhos diferenciados e com qualidade».
No caso do seu concelho, Carlos Miranda adianta que a autarquia está a dar «algum apoio técnico» aos produtores locais para melhorarem o seu produto e «ao nível do marketing e da comunicação» para que possam posicionar melhor os seus vinhos no mercado. Até lá, o certo é que o vinho conseguiu o que os políticos ainda não alcançaram: agregar uma região que se chama Beira Interior. «Isso é uma coisa extraordinária, de facto… Administrativa e politicamente não se consegue, mas o vinho sim. É um produto excecional, tem uma identidade própria, resulta de um território e traduz muito bem esse território. E resulta sobretudo da paixão dos homens e das mulheres que o fazem, por isso costumo dizer que nada fala tão bem sobre um território como o vinho», garante o autarca da Sertã. O edil socialista sublinha, por isso, a importância da promoção deste setor em termos turísticos porque, «através do vinho, as pessoas podem apaixonar-se pelo território».
