De acordo com um ranking publicado pelo Expresso, a Covilhã é a 14ª melhor cidade portuguesa para viver no ano de 2007. Nesse mesmo ranking, as cidades vizinhas de Castelo Branco, Guarda e Fundão aparecem bem mais para baixo, ocupando as posições 34, 35 e 36, respectivamente.
Ninguém tem dúvidas que o lugar ocupado pela Covilhã é, claramente, muito bom. As três cidades vizinhas – cuja situação geográfica coloca dificuldades análogas às que são vividas pela Covilhã – ficam 20 lugares abaixo, o que dá ainda mais destaque ao desempenho covilhanense. E mesmo alargando a área geográfica a Viseu, Portalegre e Abrantes, a Covilhã continua a ser a cidade que melhor qualidade de vida oferece aos seus munícipes.
São, obviamente, boas indicações, mas é preciso ter em conta alguns factores.
Em primeiro lugar, este ranking é um trabalho jornalístico e não uma investigação de cariz científico, o que deve condicionar as conclusões a tirar.
Em segundo lugar, para além da subjectividade dos critérios, a sua ponderação no ranking final é exactamente a mesma. Por exemplo, os pontos obtidos no critério animação nocturna valem tanto como os pontos conferidos aos equipamentos sociais, algo que não me parece correcto.
Por fim, salientar que alguns dos critérios incluídos neste estudo nada têm a ver com a acção das autarquias, pelo que as leituras políticas que se possam vir a fazer devem ser comedidas. Critérios como o desempenho económico, a restauração, o alojamento turístico, a animação nocturna e o comércio dependem dos empresários locais. A segurança é resultado da acção das forças policiais, a capacidade de atracção estudantil é consequência do trabalho desenvolvido pelas escolas – sobretudo de Ensino Superior – as acessibilidades são obra do Governo e o património pode estar bem ou mal conservado, mas, por razões históricas, uns concelhos têm-no e outros não.
Uma nota final para realçar que no critério governança e cidadania, a Covilhã – em conjunto com outras seis cidades, entre as quais Fundão e Guarda – apresenta o 3º pior resultado do país. Vale a pena pensar nisto.
Por: João Canavilhas
