A ponte pedonal de São Miguel, na Guarda, já se encontra com toda a sua estrutura montada, faltando apenas instalar o tabuleiro e proceder aos restantes acabamentos. Apesar de ainda não estar concluída, a arrojada obra vai trazer um ar mais moderno a esta porta de entrada na cidade e muitos são os guardenses que continuam a ficar de “boca aberta” à medida que as obras avançam.
No entanto, os potenciais utilizadores ainda vão ter que esperar mais algum tempo para poderem fazer a travessia superior a pé sobre a Via de Cintura Externa da Guarda (Viceg).
Isto porque a ponte só abrirá ao público após uma fase de ensaios para testar as vibrações no tabuleiro, pelo que poderá ainda levar mais uns meses a ficar acessível e para que o trânsito e o acesso à cidade voltem ao normal. «A abertura ficará condicionada, tal como previsto em Caderno de Encargos, pelo resultado do ensaio dinâmico do passadiço a realizar na estrutura depois de concluída, de forma a complementar o estudo de pré-dimensionamento feito em fase de projecto», justificou a Estradas de Portugal (EP). Nesse sentido, os alunos da EB 2,3 de S. Miguel deverão ser convidados a inaugurar a passagem e assim contribuir para a avaliação da trepidação causada no tabuleiro, que ficará literalmente suspenso sobre a Viceg. A construção desta ponte, que irá garantir maior segurança a quem habitualmente faz a pé o percurso entre a zona da Guarda-Gare e a escola é uma ambição há muito reivindicada, tendo a sua conclusão estado inicialmente prevista para Outubro. No entanto, as obras atrasaram-se devido «à necessidade de garantir a qualidade da estrutura metálica em toda a fase de fabrico, tendo em conta as exigências inerentes» ao material, tal como as condições meteorológicas adversas que se fizeram sentir nos últimos tempos.
Outro dos grandes problemas desta obra tem sido o condicionamento do trânsito e do acesso à VICEG. Contudo, após o caos inicial, na semana passada, foi aberta, provisoriamente, uma faixa de rodagem no sentido ascendente da principal via de acesso ao centro da cidade de forma a permitir maior fluidez do trânsito nos dois sentidos. Esta solução acabou por minimizar o tempo de espera e as longas filas geradas junto à rotunda de S. Miguel. A passagem superior será a mais cara alguma vez construída no país, com um custo de cerca de 2 milhões de euros. Terá 122,22 metros de comprimento, excluindo o acesso Nordeste, constituído por um vão central de 90 metros, dois vãos laterais com 8,125 metros no lado da escola e dois vãos laterais com 8,125 metros e 8,850 metros na ligação Nordeste. Em relação ao acesso Nordeste, a solução idealizada passa pela construção de uma estrutura formada por um conjunto de rampas e escadas, enquanto o acesso Sudoeste, do lado da escola, passa apenas pela ligação do tabuleiro da obra ao muro existente. Um trabalho que é da responsabilidade da autarquia. A ponte, da autoria do arquitecto Tiago Mendonça, natural da cidade, será um marco visual no acesso à cidade, tendo havido a preocupação de que a estrutura se integrasse correctamente no contexto envolvente.
Tânia Santos
