A Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) “Nova Covilhã” propõe-se a reabilitar 80 casas em estado devoluto no Centro Histórico da Covilhã, zona onde sábado passado ruiu uma casa.
A intervenção, cujo estudo encontra-se «em fase terminal», vai decorrer entre as traseiras da Câmara até ao Largo da Infantaria XXI (Jardim Público), passando ainda por toda a zona envolvente ao mercado municipal e a Casa do Benfica, disse João Esgalhado, vereador do Urbanismo e presidente do Conselho de Administração da “Nova Covilhã”.
O imóvel que ruiu no sábado passado, situado na Rua do Cotovelo, encontrava-se em avançado estado de degradação, tal como uma grande parte das casas existentes no centro histórico da cidade. As más condições climatéricas terão contribuído para que a casa viesse abaixo. Em nota enviada à comunicação social, o Partido Comunista Português (PCP) – cuja sede se encontra em pleno coração da cidade – considera que a derrocada do edifício é o «espelho do desleixo e da incúria das políticas governamentais e municipais», nomeadamente do «esquecimento» a que foi votada a zona histórica. A degradação das casas e as más condições de vida de muitas famílias, as fachadas de fábricas abandonadas, muros em ruína iminente e prédios devolutos são algumas das situações que os comunistas apontam. Nesse sentido, e tendo em conta que a zona histórica da cidade continua a desertificar-se, o PCP reclama um Plano de Pormenor de Salvaguarda e Reabilitação, exigindo ainda que a recuperação desta zona seja considerada uma «prioridade». Alertando ainda que as «intervenções pessoais como as que temos assistido – caso dos arruamentos e colocação de sinais de trânsito – não resolvem os problemas de fundo e não impedem o agravamento da situação a cada dia que passa», alertam.
Confrontado com o trabalho desenvolvido pela SRU, cuja constituição foi aprovada em Novembro de 2004, João Esgalhado garante que a empresa se encontra «a trabalhar». «Muitos podem pensar que é um ritmo lento, mas não é», assegura, salientando que a “Nova Covilhã” já possui dez habitações em condições de venda, para além de estar já em desenvolvimento o Plano Estratégico para a zona do Varandado, Largo Eduardo Malta e Rua Comendador Gomes Correia. Aqui, a “Nova Covilhã” propõe-se a recuperar cerca de uma centena de edifícios. Um trabalho que está a ser feito através da negociação com os proprietários dos imóveis e com as verbas do capital social da empresa, uma vez que estas sociedades ainda se encontram a aguardar pela revisão da legislação. «Por isso, ainda não se vê com grande expressão territorial o trabalho que está a ser desenvolvido», justifica João Esgalhado, que recorda ainda o trabalho de requalificação urbana e de rede de esgotos feito pela autarquia nas zonas antigas da cidade. De resto, João Esgalhado não tem dúvidas que «o centro histórico da Covilhã passará a ser atractivo quando começar a ter uma imagem de qualidade».
Liliana Correia