Os estragos resultantes do temporal de há um mês continuam a complicar a vida aos automobilistas que têm que usar a Estrada Municipal (EM) 501, entre o Teixoso e Verdelhos, embora sejam os motoristas de autocarros e de pesados os mais lesados com a situação. A principal via de ligação entre a freguesia de Verdelhos e a Covilhã ficou destruída em finais de Outubro, quando a força das águas criou uma vala de seis metros de profundidade em plena faixa de rodagem. O problema foi remediado com o alargamento da via, mas a passagem apenas é permitida a veículos de passageiros ligeiros.
A situação está a causar grandes transtornos à empresa de transporte público de passageiros e aos próprios utentes, visto que a única alternativa é a ligação por Vale da Amoreira-Vale Formoso-Teixoso. Uma estrada estreita que está a ser beneficiada e ainda não está asfaltada. «É uma estada que comporta sérios riscos para os motoristas e para os próprios passageiros», refere José Manuel Madaleno, chefe de tráfego da Joalto na Covilhã, ao salientar que a via está «cheia de lama». Receios que são partilhados por David Martins. O motorista do autocarro que circula naquela zona considera a estrada um «perigo iminente» por ser «apertada, perigosa e cheia de lama». «Se houver um mínimo descuido, pode dar-se um acidente grave», avisa, referindo-se às situações em que se cruza com outro veículo e é obrigado a recuar ou a encostar-se à berma. Outro dos riscos, e tratando-se de uma estrada com curvas, é quando começar a gear. «Estão a demorar muito a arranjar a estrada principal de Verdelhos que, neste momento, é uma necessidade urgente», garante David Martins.
Embora a responsabilidade seja da chuva, a empresa de camionagem não desresponsabiliza a autarquia covilhanense e a Junta de Freguesia local pela situação. «Há um mês que estamos assim e não vemos qualquer acção no terreno para resolver o problema», aponta José Manuel Madaleno, para quem a Câmara deveria ter tido «maior preocupação» para com os veículos públicos de passageiros quando tentaram resolver o problema da vala. Para além das questões de segurança, acrescem ainda os custos com o circuito Vale da Amoreira e Vale Formoso, pois são mais 70 quilómetros por dia nas quatro viagens, em comparação com o anterior trajecto. «A rectificação da estrada não será esquecida assim que o tempo melhorar», garantiu a “O Interior” Armindo Rosa, presidente da Junta de Freguesia de Verdelhos, justificando que os autocarros e os veículos pesados só poderão circular na via quando o piso for ajustado e rectificado. A solução encontrada para contornar a vala foi «uma alternativa de emergência» para manter a principal ligação à Covilhã, pelo que se optou por uma «intervenção menos dispendiosa», pois a estrada continua com obras de rectificação. Já Carlos Pinto disse que a Câmara está «a trabalhar» na estrada, mas, «como tem chovido muito, não se consegue fazer milagres». “O Interior” tentou ainda falar com o vereador responsável pelo pelouro das Obras na Câmara da Covilhã, mas tal não foi possível até ao fecho da edição.
Liliana Correia