A CERCIG (Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Guarda) tem em andamento duas grandes obras, para além da requalificação da antiga Pensão Guardense, na Rua Serpa Pinto, na cidade mais alta, com vista ao acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica.
Uma delas está a decorrer em Maçainhas, freguesia do concelho da Guarda, e consiste na reabilitação de um edifício para dar resposta a uma das «maiores vontades da população local – ter uma ERPI (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas)», adianta Ricardo Antunes, diretor-geral da CERCIG. «Mal a obra iniciou começámos a ser contactados por pessoas que tencionavam inscrever-se apesar de ainda ser muito cedo para tal, mas já temos muita procura», revela o responsável. O projeto da ERPI em Maçainhas estava nas mãos de «outra instituição, mas as coisas não correram bem, então a CERCIG pegou no dossier, reformulou algumas coisas e acabou por ser aprovado num concurso ao PARES», acrescenta Ricardo Antunes, segundo o qual este lar está a ser construído para receber 44 utentes. «Terá acoplado um centro de dia para 15 utentes e ainda serviço ao domicílio que dará resposta a 52 utentes, numa abrangência total de 111 pessoas». «Se tudo correr bem», a ERPI estará concluída «em 2025» e representa um investimento que ronda os 2,6 milhões de euros», explica o diretor.
Já na Guarda, na Avenida Monsenhor Mendes do Carmo, próximo da rotunda das Finanças, há uma infraestrutura em construção e que vai seguir os critérios da habitação colaborativa. Trata-se de um «alojamento para cerca de 44 pessoas numa vertente mais comunitária», refere Ricardo Antunes. O responsável esclarece que não se trata de um «lar, de uma casa abrigo ou de um alojamento. Não se destina a pessoas carenciadas, nem a ninguém em específico. É um conceito novo e é a primeira vez que isto está a ser implementado em Portugal». Este equipamento pode servir pessoas com «deficiência, pessoas idosas, jovens que procurem a primeira habitação, que queiram apenas coabitar ou até estudantes que não encontrem alojamento… O projeto é pensado para que haja uma comunidade mais forte a viver no edifício», realça.
A CERCIG pretende que aquele espaço fique «muito agradável» tendo em conta que «vai ter um jardim muito amplo, hortas comunitárias, uma série de serviços partilhados, área de tratamento de roupa, ginásios, salas de jardinagem, salas de convívio… Vai ser um conceito diferente que, no estrangeiro, designam de “co-housing”», declara o diretor-geral da instituição. Neste caso, a empreitada tem um prazo previsto de 15 meses e o projeto é financiado pelo PRR (Programa de Recuperação e Resiliência), num investimento que ronda os 2,4 milhões de euros.
CERCIG constrói lar em Maçainhas e habitação colaborativa na Guarda
Estrutura residencial pretende abranger 111 idosos, enquanto alojamento comunitário destina-se a todos os tipos de pessoas