P – Que planos tem para dinamizar a Rádio Clube da Covilhã?
R – Estamos numa fase de reorganização, essencialmente interna, tanto em termos de profissionais como de colaboradores. Desde ontem que estamos a introduzir mudanças na grelha de programação, que será apresentada no final do mês. Será uma grelha totalmente limpa, que vai ser anunciada aos poucos durantes estes 15 dias com prémios para os ouvintes que se mantiverem fidedignos à estação nesta fase de transição. Haverá uma aposta na informação, novidades na animação e novas vozes.
P – Mas pode revelar quais os novos programas?
R – Ainda estão em discussão, mas a grelha terá as apostas normais para a região. Ou seja, vamos ter um programa da manhã forte, com uma tarde mais ligeira para abarcar um público-alvo diferente e noites calmas. Vamos apostar também na informação precisa e concisa, privilegiando as notícias do concelho. A nossa ideia passa por fidelizar os ouvintes, dentro do que tem sido a Rádio Covilhã no último ano e meio, quando tinha também a coordenação da estação.
P – A RCC vai renascer de corpo e alma a partir de dia 30 ?
R – Exactamente. Esse é mesmo um dos nossos lemas. Depois desta fase conturbada de crise directiva, está na altura de abrirmos a porta para outro caminho e seguirmos em frente com uma nova aposta. Queremos que as pessoas falem e ouçam a Rádio da Covilhã, que voltem a sentir que esta é a rádio da sua terra. No início de 2007 vamos ter também algumas novidades, que aproximarão as pessoas e farão notar que a cooperativa está viva, consegue promover e acompanhar as iniciativas. Daqui a meio ano estaremos a trabalhar em pleno.
P – O objectivo é fazer com que a Rádio da Covilhã volte a ser forte na região?
R – Sim. Não se trata de sermos melhores que os outros, mas de estarmos ao mesmo nível das emissoras da região. Vamos fazer o que é possível, pois temos que ter consciência dos condicionalismos económicos e da “guerra” entre os vários órgãos. Pelo menos vamos tentar colocar-nos ao mesmo nível de há quatro ou cinco meses, quando nos poderíamos equiparar às rádios vizinhas, embora isso vá depender também dos apoios comerciais.
P – Esta operação passa também pela contratação de mais jornalistas? Actualmente, a estação conta apenas uma profissional nesta área….
R – Implica isso, mas não só. A ideia é contratar alguns profissionais polivalentes, que possam ser técnicos, animadores e até fazer trabalhos jornalísticos. Por agora vamos tentar alargar a equipa, atingindo logo de entrada os cinco elementos fixos que serão complementados com vários colaboradores.
P – Concorda que a rádio perdeu o impacto a partir do momento em que se mudou para uma zona afastada do centro da cidade?
R – Os problemas já existiam nas antigas instalações, no centro da cidade. A situação não era melhor ou pior que a actual, a verdade é que o investimento feito nos últimos anos acabou por condicionar um pouco o trabalho que teria de se fazer em pessoal. Para mim, a localização não é importante. O que importa é que conseguimos melhorar as condições de trabalho e de difusão, para além de termos sempre estacionamento à porta e melhores acessos. O facto de nos fazermos ouvir em zonas onde não chegávamos antes é o mais importante. Actualmente, já cobrimos todo o distrito de Castelo Branco e chegamos à zona da Guarda em perfeitas condições. Resta-nos agora fidelizar os ouvintes para podermos desenvolver um trabalho com qualidade e estabilidade.
P – Como está a situação financeira da cooperativa?
R – A situação financeira de hoje é a mesma que se vivia há dois anos. Mas é natural que os investimentos feitos, as quebras de mercado nos últimos tempos e o impasse directivo da estação acabaram por criar algumas situações que parecem de ruptura financeira, mas que são, na verdade, uma ruptura de tesouraria temporária que se vai resolver. É claro que a situação está complicada, porque não há saldos positivos, mas estamos a trabalhar e penso que estará estabilizada a curto prazo.