1. A crise política desencadeada pela demissão do primeiro-ministro não para de nos surpreender. Se a “Operação Influencer” deixou muitas dúvidas sobre a forma como decorreu, como foi sendo revelada ou como o Ministério Público se comportou, tudo o que ocorreu a partir dessa manhã de terça-feira é verdadeiramente inacreditável. O comportamento dos mais altos magistrados da nação parece uma brincadeira de crianças, uma história de birras e amuos infantis, que são o lastro de uma tragédia portuguesa.
Marcelo Rebelo de Sousa comporta-se como um jogador; António Costa tem arte maquiavélica… Os dois estão a dar um espetáculo pueril nunca visto – num momento em que o bom-senso deveria imperar, a postura de Presidente da República e a atitude do primeiro-ministro são dispensáveis. O grau de degradação institucional é de uma irresponsabilidade inusitada. E muito mais importante do que sabermos quem tem razão ou quem nos meteu nesta crise o país precisa de sensatez e sentido de Estado – mesmo sendo certo que Marcelo se precipitou na sua interpretação do momento e, entre a sua vontade de protagonismo e a mesquinhez da vingança anunciada, devia moderar a sua intervenção. Até às eleições de 10 de março vão ser quatro meses de ruído que o país dispensava.
2. A vereadora da câmara da Guarda Diana Monteiro renunciou ao mandato. Segundo o jornal O INTERIOR e a Rádio Altitude, a vereadora da lista independente despediu-se na passada sexta-feira dos funcionários da autarquia e abandonou o executivo. Eleita como número dois da candidatura do movimento “Pela Guarda”, liderado por Sérgio Costa, esta é a primeira grande baixa do movimento independente que, em 2021, conquistou a Câmara da Guarda. A vereadora, até agora com os pelouros da Economia, Finanças e Desporto, bateu com a porta depois de, como número dois da lista independente, ter sido preterida por Sérgio Costa na nomeação para vice-presidente da autarquia após ter ficado associada ao colossal erro da cobrança do IMI, de ter sido ostracizada na Gala do Desporto (o seu pelouro) e algumas divergências com o presidente da Câmara que a levaram a uma decisão radical de renúncia ao mandato na Câmara da Guarda e afastamento do PG. Sem experiência política, Diana Monteiro terá sido um ativo essencial na campanha e no resultado eleitoral, descartável no executivo e que não resistiu um mandato à liderança centralizadora e unipessoal de Sérgio Costa. A meio do mandato, e quando tinha de subscrever o novo orçamento da autarquia, este foi um duro golpe na frágil governação do PG no município da Guarda.
3. No âmbito das comemorações dos 824 anos do Foral da Guarda, no próximo dia 26 (o dia anterior ao Dia da Cidade), pelas 15 horas, vai haver o descerrar de toponímia da Rotunda Rádio Altitude. O descerrar de uma placa com o nome da Rádio Altitude na porta sul da Cerca do Sanatório (próxima das Urgências do Hospital da Guarda), onde a emissora foi fundada e sempre funcionou, é a imortalização e reconhecimento de um extraordinário património imaterial da cidade da Guarda e da região – será um ato formal, singelo, de relevância social e histórica, de homenagem da cidade no ano em que a Altitude comemora 75 anos.
O circo português
“O descerrar de uma placa com o nome da Rádio Altitude na porta sul do Sanatório (próxima das Urgências do Hospital da Guarda), onde a emissora foi fundada e sempre funcionou, é o reconhecimento de um extraordinário património imaterial da cidade da Guarda e da região. “