Projeto NEWAVES quer «modernizar» rádios locais e criar plataforma de partilha de conteúdos

A Rádio Altitude foi visitada, na semana passada, pelos parceiros internacionais do programa NEWAVES. Uma iniciativa liderada pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG) em parceria com instituições de ensino superior e comunicação – rádios em particular – de Portugal, Croácia, Macedónia e Eslováquia. A Rádio Altitude, emissora local mais antiga do país, é um dos parceiros.
O NEWAVES é uma colaboração transnacional de conteúdos radiofónicos que «permitirá ao setor aceder a uma plataforma digital conjunta e introduzir inovação, ajudar a aumentar as audiências de rádios na Europa, para tornar o setor mais competitivo». O projeto prevê ainda um programa de mobilidade para profissionais, formação e capacitação de estudantes e especialistas, assim como o desenvolvimento de uma metodologia de análise e avaliação da qualidade dos conteúdos, além da «criação de uma rede que permite o intercâmbio de boas práticas, melhorando a colaboração entre os parceiros e aumentando a competitividade no setor». Handerson Engrácio, professor do IPG e coordenador do projeto, sabe das «dificuldades» que têm as rádios locais. «São de ordem financeira, recursos humanos e por vezes é difícil operarem no mundo digital cada vez mais competitivo», refere.
Com o NEWAVES pretende-se criar uma «plataforma de cooperação internacional de partilha de conteúdos áudios noticiosos entre rádios locais». Nos países parceiros a realidade das rádios locais «é parecida com a nossa», segundo o professor do IPG. «As emissoras que estão em zonas de baixa densidade têm os mesmos problemas que nós. Falam para pessoas mais velhas, para pessoas cuja capacidade de digitalização é baixa e são rádios com poucos trabalhadores», sintetiza. Por isso mesmo, os representantes dos parceiros internacionais visitaram as instalações do Altitude para conhecerem um “exemplo” de como são as rádios locais em Portugal.
O NEWAVES tem duração de dois anos e é financiado pela segunda edição do programa “Europa Criativa”, com um orçamento de 900 mil euros, para projetos transversais de parcerias jornalísticas que abordem as mudanças estruturais e tecnológicas enfrentadas pelos órgãos de comunicação social.