As inúmeras novidades da tecnologia baralham a minha capacidade de aprender. Não sou lá muito esperto ou inteligente para tanto botão e inicialmente todos me despertam medos, receio da avaria, da chatice antes do prazer. Confesso o embaraço, alguma vergonha até, reconheço que titubeei cada vez que inicio uma nova tecla, um novo programa, uma nova tecnologia. Dar aulas com os computadores é fácil e triste para a relação directa. A maioria lê de cu virado à audiência, mas brilham os vídeos que projectam, os gráficos que fazem com simplicidade. Não sou assim e não tiro daquilo tudo o melhor partido, nem sou dos que a critica e rejeita, até porque a tecnologia fascina-me. Recordo como alguns se apresentam com o PC na mão, como outros brilham com o telemóvel fascinante, mas no final ainda não conheci quem deslumbrasse com a praxis normal e a surpresa da tecnologia. Recordo há vinte anos a Laurie Anderson que hoje se distancia dos computadores. Recordo a entrada do midi na música e a luta dos puristas com os unplugged a vender cada dia mais. Eu sou um urso técnico, sou um nabo destas teclas mas de facto gostava de as perceber melhor. Gostava de as namorar, mas não namorar através delas como muitos, gostava de as usar bem mas não casar por elas como tantos, gostava de deslumbrar as audiências mas não de as perder como tantos.
Por: Diogo Cabrita