Ciclo das capeias arraianas arranca este domingo

É a expressão mais identitária da cultura e tradição da raia sabugalense. Festa, adrenalina, paixões, emoções e convívio são os ingredientes das capeias arraianas que regressam a 14 localidades do concelho do Sabugal por esta altura do ano e juntam milhares de aficionados.
A capeia arraiana encontra-se registada desde 2011 no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial do Instituto dos Museus e da Conservação. O ciclo das capeias começa este domingo em Quadrazais e termina no dia 25 de agosto em Aldeia Velha. Pelo meio, a 19 de agosto, realiza-se o habitual festival “Ó Forcão Rapazes”, desta vez na praça de Aldeia da Ponte. O calendário das capeias, que inclui encerros e desencerros, fica completo com os eventos de Lageosa da Raia (6 de agosto), Soito (dia 8), Rebolosa (9), Aldeia do Bispo e Nave (14), Aldeia da Ponte (15), Ozendo e Vale de Espinho (16), Alfaiates (17), Forcalhos (21) e Foios (22 de agosto).
Para o presidente da Câmara, Vítor Proença, este ciclo «é um chamariz para que a nossa diáspora venha ao território» e durante o mês de agosto «há um impulso económico muito significativo no concelho porque a população das aldeias triplica nesta altura do ano». E para aferir a influência deste regresso dos imigrantes o autarca anuncia que o município vai iniciar um estudo, que será apresentado no próximo ano. «Queremos perceber o impacto ao nível da economia, que este ciclo das capeias e outras atividades do Verão têm junto das populações e qual o contributo da diáspora, quais as receitas geradas», refere Vítor Proença, segundo o qual «o município tem de estar preparado porque há três vezes mais população no território e, por exemplo, a questão da limpeza urbana, recolha de resíduos e abastecimento de água são uma prioridade nas várias localidades».
Este ano, há uma novidade no calendário das capeias, já que no dia 19 de agosto a freguesia de Batocas acolhe uma mostra de carnes que «também é um dos motores da nossa economia local», sublinha o edil raiano. A iniciativa vai contar com degustação/prova de carnes e sessões de “showcooking” com alguns conhecidos chefes de cozinha. Relativamente à adesão das novas gerações às capeias arraianas, Vítor Proença considera que «durante a pandemia houve algum receio que o entusiasmo se começasse a perder, mas não aconteceu, bem pelo contrário. A juventude está muito enraizada nesta tradição e começa desde muito cedo a viver esta atividade tauromáquica. Nas várias aldeias há mordomos com 16 ou 17 anos», exemplifica o presidente do município sabugalense.