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A cidade em fotografias

O Museu da Guarda está a homenagear o fotógrafo António Correia com uma exposição retrospectiva do seu trabalho ao serviço da desaparecida Foto Hermínios. A mostra, intitulada “Manifesto de uma Paixão”, revela a dimensão e abrangência da obra deste fotógrafo incansável da cidade e região. Estão patentes perto uma centena de imagens recolhidas nas décadas de 30 a 50.

Segundo o museu, foi António Correia quem melhor registou a Guarda «na sua plenitude», através do seu olhar crítico, analítico, expositivo, sentimental e estético. Por isso, esta exposição também pretende ser um «reconhecimento pela mensagem transmitida, pelo registo temporal, pelo documento oportuno e pela história em imagens». António Correia (1900-1957) era natural da Lousã, mas veio para a cidade por causa da tuberculose e por cá ficou. Foi fotógrafo profissional e amador, no que a expressão tem de mais puro, pois «fotografou para si, procurou a emoção, buscou a riqueza do contraste luz-sombra, dentro-fora, encontrou poesia no recorte, descobriu elegância, proporcionalidade e rigor nas linhas, encontrou beleza na plasticidade dos instantes e dos momentos únicos». Em destaque estão a neve, o granito e a solenidade da Sé Catedral, mas também muitos rostos, uns marcados pelas jornas na terra, outros sorridentes para a objectiva de António Correia.

O olhar multifacetado e criativo deste fotógrafo imortalizou ainda paisagens e actividades rurais ou festivas, para além das mudanças no espaço urbano. “Manifesto de uma Paixão” está dividida por três núcleos (neve, cidade e etnografia), dos anos 30 a 50, e beneficia do projecto expositivo idealizado pelo gabinete Entre Arquitectos. A solução do percurso permitiu apresentar um maior número de fotografias e dar-lhes uma dimensão estética. A entrada é livre.

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