A grande Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Covilhã vai entrar em funcionamento no primeiro trimestre do próximo ano. A garantia foi deixada pela Águas da Serra (AdS), concessionária do tratamento e saneamento em alta na Covilhã, durante o lançamento da primeira pedra daquela infraestrutura no último sábado.
O sistema, localizado na Quinta da Abadia – junto à capela de Nossa Senhora da Estrela (Boidobra) –, permitirá o tratamento dos esgotos de todo o núcleo urbano da cidade e das freguesias da Boidobra, Teixoso, Tortosendo, Cantar Galo e Vila do Carvalho. Ou seja, cerca de 60 por cento dos esgotos do concelho. «É uma ETAR de última geração, diferente das existentes», apontou Sophie Pinto Coelho, presidente do Conselho de Administração da AdS. «É como se fosse uma fábrica, com vários órgãos de tratamento», acrescentou. Para além de estar dividida em cinco edifícios (o da entrada, dos supressores, comando, desidratação e de tratamento terciário), a ETAR da Grande Covilhã será ainda constituída por um sistema de tratamento por lamas activadas em regime de arejamento prolongado. O edifício destinado ao centro de comando será também a sede da empresa, albergando os seus 16 técnicos e um laboratório. A AdS construirá igualmente três Estações Elevatórias e emissários para encaminhar todos os esgotos ao longo de 20 quilómetros.O investimento é de 12 milhões de euros, de um total de 19 milhões que a empresa prevê investir ao longo dos 30 anos de concessão.
Entretanto, das 27 ETAR’s a necessitarem de obras de beneficiação e conservação, foram já intervencionados 18 sistemas. Até ao final de Outubro, a AdS prevê ter concluída a construção dos 13 pequenos sistemas de tratamento e emissários em Aldeia do Souto, Sarzedo, Terlamonte, Castanheiras (Peraboa), Cambões (S. Jorge da Beira), Peso, Coutada, Taliscas, Monte Serrano (Ferro), Ourondo, Trigais, Dominguiso e S. Jorge da Beira. Para Carlos Pinto, com este equipamento, a Covilhã será «o primeiro município a não verter para o Zêzere uma gota de água não tratada», pelo que a partir do próximo ano será um concelho ambientalmente «exemplar». Nesse sentido, espera que os vizinhos façam o mesmo. «É preciso que as águas que chegam à Covilhã não venham poluídas», disse o autarca, garantindo que se o município tivesse aderido ao sistema intermunicipal da Águas do Zêzere e Côa «não tinha o problema resolvido de forma tão célere». Contudo, José Pinto, presidente da Junta de Freguesia da Boidobra, mostrou-se preocupado com a implementação da ETAR naquele local, esperando apenas que «venha a funcionar nas melhores condições» para não se repetirem os problemas que existem com a actual ETAR da freguesia.
Liliana Correia