A Holly dormiu cá. O Galamba esteve também cá e, mesmo antes de ser utilizado (ou se deixar utilizar) por todos e mais alguns, dando origem à crise entre os habitantes dos palácios Pink e S. Bento, decidiu que, afinal, o Porto Seco é para avançar.
Numa primeira leitura e com o reconhecimento da vantagem que esta infraestrutura traz, a Guarda, que anseia por um grande investimento, tendo em conta a localização privilegiada – duas linhas ferras, duas autoestradas, plataforma logística, proximidade com Espanha etc., etc., etc. –, acredita, sinceramente, que a montanha não vai parir um rato.
Todos sabemos e, não é demais repetir, que uma estrutura deste tipo aporta consigo consequências para a população e para o meio ambiente. Existem estudos prévios, que são obrigatórios, como sejam o de impacto ambiental, onde se incluem possíveis danos e salvaguarda de um ambiente ecologicamente equilibrado e sustentável, ao mesmo tempo que identificam, analisam e prevêem a importância dos impactos relevantes, diretos e indiretos, a curto, médio e longo prazo.
Ao que parece o espaço de arranque do tal Porto Seco é entre a cerca do Centro Escolar da Sequeira e a ponte pedonal do caminho-de-ferro, onde hoje são colocadas as areias e outros inertes e as perguntas colocam-se:
O Porto Seco vai ser, apenas e tão só, neste espaço, apostando desta forma num pequenino portinho doce para nos adoçarem a boca? Se não for assim, como é? Onde vai ficar localizada a área de expansão? Estaremos novamente confrontados com a definição do espaço residente da Rua da Treija, da Quinta das Bertas, dos bairros anexos e da Rua Nossa Senhora de Fátima?
Note-se que uma infraestrutura como esta funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano, e onde são descarregados inúmeros contentores, com várias toneladas, transportados por comboios e camiões.
Vai sendo tempo de perceber como tudo isto vai funcionar e, quiçá, em vez da Assembleia Municipal da Guarda se entreter a aprovar moções ou resoluções sem qualquer interesse, caso da proposta de comemorar o 25 de novembro (qualquer dia a laranjada, com receio do avanço eleitoral do escarro que a democracia deixou parir, ainda propõe festejar o 28 de maio), deveria era analisar, aconselhar e fiscalizar estes e outros pertinentes investimentos que nos possam trazer desenvolvimento, emprego, criar riqueza e fixar população, de forma equilibrada e sustentável, nesta terra que possui o melhor ar de Portugal.
Galamba vem, Galamba vai, Galamba fica (por enquanto), mas não explica sequer um portinho em copo de “shot” ou um porto em copo “long drink” e, por uma questão de honestidade e transparência, e ainda por estar em causa uma estrutura que trará crescimento económico-social, aumento de competitividade das nossas empreses, atraindo outros e novos investimentos, ficamos todos na expetativa de tentar perceber o que querem, como querem, quando querem e onde vai (de uma vez por todas) ficar situada a área de expansão do bendito Porto Seco neste processo que vai longo, já marcou campanhas eleitorais e começa a arrastar-se, sendo objeto de enorme indefinição.
No nosso interior, para além das promessas (um role delas nunca cumpridas), existe sempre um gatinho escondido, de cor laranja ou rosa, de rabo de fora sendo melhor recordar que tarda muito a justiça na Guarda. Por isso, todos, mas mesmo todos (políticos incluídos), têm de ser claros, diretos, sinceros e objetivos. Dizerem ao que vêm. É o mínimo dos mininos.
O Galamba, a laranjada ou um porto seco servido em “shot” ou em “long drink”
“No nosso interior, para além das promessas (um role delas nunca cumpridas), existe sempre um gatinho escondido, de cor laranja ou rosa, de rabo de fora sendo melhor recordar que tarda muito a justiça na Guarda.”