A primeira fase das obras de modernização e ampliação do Hospital da Guarda deverá arrancar no início de 2007. Quanto ao projecto da restante intervenção, está dependente da nova forma de organização das três unidades – Guarda, Covilhã e Castelo Branco – que vão integrar o futuro Centro Hospitalar da Beira Interior.
Com um custo estimado de cerca de 10 milhões de euros, a primeira fase a avançar irá acolher os serviços de Consulta Externa, Fisioterapia e Farmácia, bem como o Conselho de Administração e as instalações administrativas. O projecto final deste novo edifício, a construir atrás da capela na zona do Centro de Saúde Mental, deverá estar pronto em Julho, mas depois terá que ser aberto o concurso público internacional, o que poderá «demorar mais um bocadinho», reconhece Fernando Girão. O director do Sousa Martins espera ter o concurso aberto «até final deste ano» para «durante 2007 ver alguma coisa a andar em termos de obra», indica. Em relação à segunda fase das obras, o médico explica que por causa da nova forma de organização das três unidades – Guarda, Castelo Branco e Covilhã – poderão ocorrer algumas alterações. Assim, o Programa Funcional existente poderá já não se adequar «aos interesses de algumas coisas que, eventualmente, estivessem para ser construídas», diz, deixando em aberto a possibilidade de ocorrerem mudanças em relação ao que inicialmente estava delineado.
Uma coisa é certa: «Temos que ter em conta que não podemos paralisar o hospital enquanto estiverem a decorrer as obras», daí que durante o período dos trabalhos alguns serviços vão ter que ocupar, temporariamente, outros espaços. Neste sentido, enquanto a parte mais comprida, habitualmente apelidada de “comboio”, estiver a ser intervencionada, «vamos precisar de espaço para alojar algumas valências, transferindo-se transitoriamente para a parte de cima», explica. Perante este cenário de alguma indefinição, Fernando Girão sublinha que «gostava que 2007 fosse um ano de projectos e que no final de 2007 fossem meses de obra, pelo menos em relação a uma “segunda fase”», ambiciona. Quanto à obra no seu todo, o director acredita que só lá para «2008 ou 2009» é que a intervenção deve ficar concluída, até porque se trata de uma empreitada «muito grande», envolvendo 27 mil metros quadrados de área coberta, entre área nova e remodelada, e uma verba de 40 milhões de euros, que deverá ascender aos 50 milhões com o IVA. Era este, pelo menos, o Programa Funcional «que estava definido», mas que poderá «eventualmente» ser alterado caso haja mudanças no projecto final.
Fernando Girão não considera que a constituição do futuro Centro Hospitalar da Beira Interior vá atrasar a intervenção no Hospital da Guarda, mas veio antes «fazer repensar um pouco a situação». De resto, «mesmo se não houvesse esta situação, com o fim do III Quadro Comunitário de Apoio e o início do IV QCA, 2006/2007 são anos de transição e há falta de recursos financeiros. Portanto, teria que se esperar», diz. Na semana em que o hospital comemorou 99 anos de existência, o director do Sousa Martins tem vários desejos que gostaria de ver concretizados em 2007, ano do centésimo aniversário da unidade: «O início da obra é o primeiro objectivo do Conselho de Administração. O segundo era a manutenção absoluta da maternidade com todas as condições e o aumento da capacidade de assistência à grávida no hospital. Por último, haver pessoal a concorrer nos concursos, porque normalmente eles ficam desertos», lamenta.
Ricardo Cordeiro