A três jornadas do final do campeonato, a União Desportiva de Seia sagrou-se campeã distrital da Iª Divisão da Guarda. Ao triunfar no terreno do Mileu por duas bolas a zero, os senenses, que na época anterior também conquistaram o título da IIª Divisão distrital, asseguraram a subida ao Nacional da IIIª Divisão na próxima temporada. Bastava-lhes um empate para fazer a festa, mas os campeões não facilitaram e arrecadaram mais três pontos.
O Seia entrou melhor e, aos 5 , poderia ter chegado ao golo. Excelente jogada individual de Chico, que passou por vários adversários e pelo guarda-redes Hélder antes de rematar para a baliza, surgindo Ferreira a desviar para canto. Com o passar do tempo, o Mileu melhorou e começou a dominar a partida por volta dos 20 . Aos 23’, Celso, num livre de muito longe, atirou fortíssimo, obrigando Miranda a uma excelente intervenção. A quatro minutos do intervalo, os guardenses voltaram a estar perto do golo, após uma desatenção da defesa visitante. Gaspar isolou-se, só que não foi suficientemente lesto para bater Miranda, que desviou o esférico para os pés de Zé Tó, mas este rematou muito por cima. No reatamento, o avançado do Mileu teve uma perdida incrível quando, a meio metro da baliza, após cruzamento de Celso, desviou por cima. Como quem não marca, arrisca-se a sofrer, aos 49’, o Seia colocou-se em vantagem no marcador, provocando a primeira explosão de alegria da tarde de atletas e apoiantes, que rondaram as três dezenas. Almeida marcou um livre na direita para a área, onde apareceu Branquinho ao primeiro poste a desviar para o fundo da baliza.
O Mileu sentiu o golo sofrido e, aos 70’, permitiu o 0-2. Reposição de bola em jogo por Miranda, com os centrais do Mileu a não conseguirem afastar o esférico, aproveitando Ricardo para se isolar frente a Hélder e marcar o segundo para o Seia. De seguida, Mauro, à boca da baliza, cabeceou por cima. Nos últimos minutos os visitantes poderiam ter ampliado a vantagem em contra-ataque, mas, por duas vezes, Ricardo foi demasiado individualista e não serviu Cardoso, que poderia ficar isolado. O trio de arbitragem, chefiado pelo viseense Luís Caiado, fez um bom trabalho, não tendo mostrado qualquer cartão. Assim que soou o apito final, os senenses comemoraram efusivamente a conquista do título. António Fonseca, o técnico campeão, recusou-se amavelmente a fazer comentários, mas o guarda-redes Miranda, um dos mais experientes da equipa, considerou justa a conquista do campeonato «por tudo o que se passou e por algumas coisas que tentaram fazer a esta equipa, que foi a que melhor futebol jogou», sublinhou.
Na hora dos festejos, o guardião não esqueceu o treinador da primeira volta: «Queria dedicar esta subida a duas pessoas que não estão aqui, mas que fizeram este grupo e trabalharam-no para praticarmos o tipo de futebol que praticámos. Um abraço especial para os “misters” Cunha e Paulo Jorge, que merecem tanto este título como nós», realçou. Já Joaquim Gomes Ferreira, vice-presidente da UDS, confrontado com alguns rumores de que o clube poderia não jogar no Nacional da IIIª Divisão por dificuldades económicas, sossegou os adeptos. «Não tinha lógica nenhuma andarmos a lutar uma época inteira para agora não participarmos», frisou, salientando estarem já garantidos 60 mil euros para a próxima temporada. Quanto a Liberalino Almeida, sublinhou que «na primeira parte, o Mileu foi a melhor equipa em campo, mas depois sofremos um golo e a equipa desorientou-se». O treinador guardense reconheceu que o Seia é «um justo campeão», ao mesmo tempo que disse desconhecer se continuará no Mileu na próxima época.
Ricardo Cordeiro
