Sociedade

CIMBSE sem verbas para repor descontos nos passes sociais

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Escrito por Efigénia Marques

Com o PART, o custo dos passes sociais pode baixar até metade, mas em 2020 o apoio foi limitado a pessoas em situação de carência económica

As Uniões de Sindicatos de Castelo Branco e da Guarda continuam a exigir a redução do preço dos passes sociais nos transportes públicos da região.
Em 2019 foi aplicado o Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART) que possibilitou a redução das tarifas. Inicialmente a redução era de «40 por cento para passes normais e de 60 por cento para utentes maiores de 65 anos de idade ou menores de 23 anos». Entretanto, já durante a pandemia, em setembro de 2020, o apoio do PART foi limitado a um desconto de 50 por cento apenas para pessoas em situação de carência económica comprovada pelas autarquias. Desde então aquelas duas estruturas sindicais têm reivindicado a reposição dos descontos e só na última sexta-feira conseguiram reunir com o presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), Luís Tadeu, na Guarda, mas o encontro apenas serviu para ficarem a saber que «o PART não vai ser aplicado porque a CIM diz não ter verbas».
A conclusão foi revelada aos jornalistas, no final da reunião, por Sérgio Santos, presidente da União de Sindicatos de Castelo Branco, segundo o qual se «a CIM não tem verbas e se precisa de mais têm de as pedir ao Governo, que é para isso que a Comunidade Intermunicipal existe». O dirigente sindical já tinha denunciado que «os apoios financeiros do Estado para a redução tarifária destinam-se a apoiar os utentes, mas a CIMBSE optou por dar esse dinheiro às empresas de transportes e é inconcebível que isso aconteça». O presidente da União de Sindicatos recorda que «vivemos num interior caracterizado pelos baixos salários, onde a maior parte das pessoas recebe o ordenado mínimo». Irónico, Sérgio Santos afirma que «hoje já pagamos para trabalhar ao invés de trabalharmos para receber», isto depois de constatar que as pessoas têm de gastar «muito dinheiro» nas deslocações para o trabalho e, por isso, exige que «todos os descontos que eram apoiados pelo PART até setembro de 2020 sejam repostos».
Sérgio Santos dá o exemplo da Covilhã, onde o passe apoiado pelo PART «custava 18 euros e passou a custar 39 euros (números de 2020), agora já pagamos mais». O Governo já informou que em 2023 os preços não vão aumentar, mas «a verdade é que já tinham tido o aumento antes», denuncia. Depois dos sindicatos receberem um “não” por parte de Luís Tadeu, ficou combinada uma nova reunião para o final do primeiro trimestre do próximo ano, para que a retoma do PART seja novamente discutida. O presidente da CIMBSE não esteve disponível para falar com os jornalistas sobre este assunto.

Sofia Pereira 

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Efigénia Marques

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