O Dia Mundial do Teatro, que se celebra na segunda-feira, passa quase despercebido no distrito da Guarda. Das comemorações programadas destaque para o desafio da Escola Velha – Teatro de Gouveia que, no domingo, assenta arraiais na Praça de S. Pedro com a acção “O Teatro vem para a rua!”.
A ideia é envolver a comunidade em actividades e exercícios teatrais durante a tarde e transformar o local num «palco gigante», refere a organização. A iniciativa, aberta a todos, é coordenada por um formador convidado. Na véspera, a efeméride é evocada em Celorico da Beira com o espectáculo “Água dorme de Noite”, pelo GEFAC. Trata-se da mais recente produção do Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra, estreada no passado dia 10, e vai estar em cena no Centro Cultural local. A dança, o canto, a música e o vídeo são elementos de uma proposta inspirada na noite e nas tradições de S. João, nomeadamente aquelas que se associam aos poderes mágicos da água. Em palco, desfilará a história de um rapaz para quem uma noite de S. João permaneceu na memória como um sonho. O evento é promovido pela Associação Celorico Activa, com o apoio da autarquia. Na Guarda, o Dia Mundial do Teatro é lembrado pelo “Aquilo” com “Quatro Histórias, Quatro Vidas, uma Profissão” na Biblioteca Municipal. Esta peça de teatro de fantoches assenta numa série de dramatizações sobre a vida e obra de quatro personalidades literárias ligadas à Guarda, Rui de Pina, Nuno de Montemor, Augusto Gil e Virgílio Afonso.
A sessão destina-se ao público infantil das escolas da cidade cujas bibliotecas têm o nome dos autores recordados. O projecto é da responsabilidade da Biblioteca Municipal da Guarda, com base na recolha e concepção de textos de Luísa Campos, Teresa Oliveira e Victor Amaral, que coordena a encenação. A interpretação e manipulação de fantoches é de Carla Morgado, Luís Soares, Gabriel Godinho, Rui Costa, Anabela Teixeira e Victor Amaral.
Espectáculos para todos os gostos na Covilhã e Fundão
Na Covilhã, o Dia Mundial do Teatro é comemorado com “pompa e circunstância”, com espectáculos e actividades culturais a partir de sábado. Cabe ao Teatro das Beiras a honra de inaugurar a efeméride, com “O Elixir dos Desejos”, de Michael Ende. O espectáculo, em cena às 21h30 no auditório da companhia, é uma produção dedicada aos mais novos, encenada e adaptada por Isabel Bilou, a partir de uma história do escritor e dramaturgo Michael Ende, grande defensor do ambiente e dos direitos ecológicos. A interpretação está a cargo de António Saraiva, Flávio Hamilton, Inês Coelho e Sofia Bernardo. No mesmo espaço, mas na segunda-feira, a Quarta Parede – Associação de Artes Performativas da Covilhã e o Teatro das Beiras associam-se para assinalar a data com um debate, pelas 18 horas, sobre “Programação e Formação de Públicos”. Américo Rodrigues (director artístico do TMG), Miguel Nascimento (delegado do IPJ de Castelo Branco), Graça Passos (Centa – Centro de Novas Tendências Artísticas), Fernando Sena e Rui Sena são os oradores convidados.
À noite, é a vez da Quarta Parede apresentar a performance “Stracciatella”, com a interpretação de Sílvia Pinto Correia e Jeannine Trévidic. O espectáculo, uma “amálgama” de estórias simples, é apresentado duas vezes, às 21h30 e 22h30, no auditório do Teatro das Beiras. Já a Asta – Associação de Teatro e Outras Artes e o TeatrUBI – Teatro Universitário da Beira Interior promovem no Teatro-Cine da Covilhã um espectáculo da companhia espanhola Medea_73. “Esse Ser Intelectual”, da autoria de Ivan Briscoe, é uma obra não realista que se desenrola num âmbito urbano, nalgum lugar entre Madrid e Manchester, e com fortes referências sociais. A peça, encenada por Lorena Briscoe, tem interpretação de Rodrigo Villagrán, José Carrillo, Juan Carlos Torres, Fabián Gomes e Lorena Briscoe. No Fundão, a Este – Estação Teatral da Beira Interior repõe “Mãe Preta” no Casino Fundanense, às 21h30, e com a leitura da mensagem do Dia. Esta peça é encenada por Nuno Pino Custódio e interpretada por Sandra Horta, Alexandre Barata e José Emílio. Já o Teatro Clube de Alpedrinha apresenta, na sua sede às 21h30, “Mi Família”, um conto dramático, ingénuo e pitoresco em que os pais vendem os filhos e vice-versa, da autoria de Carlos Liscano. O espectáculo é encenado por Ana Filipa Trindade e interpretado por Manuel Cafede, Pedro Boavida, Miguel Caniça, Cláudia Terramoto, Dânia Raquel Cruz e Rita Nabais.