O Tribunal da Covilhã entregou ontem as chaves da Fiper – Fiação de S. Pedro, no Teixoso, aos empresários António Lopes e José Robalo que apresentaram, em Novembro passado, uma proposta de viabilização da empresa fabril.
Desta forma, o plano de insolvência poderá ser posto já em marcha, cumprindo assim com os pressupostos assumidos aquando da aquisição da têxtil. Pelo menos é esse o desejo de António Lopes, da Imobiliária AHL, que espera «retomar a laboração» da Fiper quanto antes e com 30 operários nesta primeira fase. O plano previa a abertura da empresa num prazo de 60 dias, após o trânsito em julgado, mas o empresário acredita que a empresa estará a funcionar «um pouco antes desse tempo», apesar das máquinas terem estado paradas «há seis meses». Entretanto, António Lopes e José Robalo estão em negociações com outros empresários para potenciar o investimento. Além da unidade de tecelagem, o dono da Imobiliária AHL tem em vista outros negócios para a empresa, nomeadamente o seu «alargamento, sem que haja um grande esforço financeiro», realça.
Apesar de ainda não revelar pormenores sobre o negócio, António Lopes não tem dúvidas de que irá revitalizar a empresa e este sector, para além de garantir «mais postos de trabalho». O único «problema» neste momento é o recurso interposto pela CGD em Fevereiro e que poderá prejudicar a viabilidade da empresa. O plano de insolvência da Fiper foi aprovado, com mais de 66 por cento dos votos, pelos ex-trabalhadores e pelos bancos Santander, Espírito Santo e Millennium BCP. A proposta contemplava ainda o pagamento da totalidade dos créditos devidos aos 84 ex-trabalhadores (na ordem de 1,041 milhão de euros) e 15 por cento do valor da dívida de 2 milhões de euros à banca. Valores que foram, entretanto, liquidados pelos empresários António Lopes e José Robalo, através da empresa AHL, em Dezembro de 2005. Recorde-se que a empresa Fiper encerrou para férias em Agosto e não voltou a abrir. Na origem deste encerramento parece ter estado a dificuldade de fazer face à concorrência de mercados emergentes que tornavam impraticáveis os preços da Fiper, levando à acumulação das encomendas e dos prejuízos.