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Fernando Cabral desafia Igreja

Para que façam debates em todas as concelhias do distrito

Pela terceira vez consecutiva, Fernando Cabral recandidata-se à liderança da Federação Distrital do PS da Guarda. Mas tem pela frente o seu «amigo e camarada», como faz questão de repetir, José Martins Igreja. As eleições estão programadas para 21 ou 22 de Abril. Entretanto, o candidato lançou um repto ao seu adversário e um desafio aos militantes.

O actual presidente da Federação e deputado à Assembleia da República apresentou a sua candidatura na segunda-feira, na sede do partido, e explicou que «é a consciência do trabalho feito e o sentimento que muito há ainda para fazer» que o levam a recandidatar-se. Caso seja reeleito, Fernando Cabral pretende trabalhar na consolidação do PS e investir na formação dos autarcas e militantes. Para isso, promete «lutar por uma maior participação interna e para que apareçam novos protagonistas». Tudo isto passa pela aposta na formação e no apoio aos autarcas das freguesias, porque «é aí que essas pessoas estão mais isoladas e onde temos que fazer um maior esforço», defende. Outra das suas prioridades é a abertura do partido à sociedade «e chamar mesmo aqueles que não são militantes, para ouvir as suas opiniões», acrescenta. Quanto ao poder central, Fernando Cabral quer ser «reivindicativo, mas solidário com o Governo», sendo que as principais preocupações do distrito prendem-se com a área da saúde, acessibilidades, incentivos para a localização de investimentos e o bem-estar dos cidadãos.

Sobre José Martins Igreja, que se apresentou há 15 dias, o actual líder dos socialistas da Guarda diz «estranhar» os motivos apresentados, nomeadamente quando evoca os «maus» resultados eleitorais. «Em 2002 foram bem piores e nessa altura ninguém demonstrou disponibilidade», atira. No entanto, considera «natural que nem todos estejam satisfeitos», dizendo-se «convicto e confiante» de que os militantes vão reconhecer o seu trabalho. Porém, manifestou-se surpreendido por o adversário ter estado «ausente psicologicamente durante estes três anos» e vir agora dizer que «algumas coisas estão más». Por isso, Fernando Cabral espera que José Martins Igreja aceite o repto de fazer debates conjuntos em todas as concelhias: «Esta é mais uma forma de enriquecer o debate e reforçar a imagem do partido», acredita. Mas não se ficou por aqui e apelou à memória dos socialistas, recordando-lhes que ambos já foram presidentes da concelhia da Guarda. «Façam uma avaliação do trabalho realizado pelo meu adversário e por mim», pediu, considerando-o um «bom diapasão para ver onde há moleza ou tristeza». Entretanto, Fernando Cabral já apresentou uma lista com cerca de 70 apoiantes, onde se destacam Guilhermino Carvalhinho, António José Seguro, Armando Reis, Emílio Mesquita, Esmeraldo Carvalhinho, Fernando Girão, Joaquim Pina Moura, José Pires Veiga e Pedro Pires, entre outros. «Percebo bem porque é que o meu adversário não se importava de ter 10 por cento dos meus apoiantes, pois são bem mais do que 90 por cento dos seus», ironizou.

Patrícia Correia

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