Já está em funcionamento a página da Internet da Diocese da Guarda. O lançamento do site www.diocesedaguarda.com ocorreu no final da semana passada no âmbito de umas jornadas de estudo sobre questões actuais de bioética que contaram com a presença do professor Jose Ramon Flecha, da Universidade Pontifícia de Salamanca. Alguns dos temas debatidos foram a reprodução médica assistida, a clonagem, o problema ético do aborto e “A eutanásia e morte digna”.
O Bispo da Guarda, D. Manuel Felício, considera «importante» a Diocese estar, a partir de agora, à distância de um clique por duas razões. Em primeiro lugar, porque vai permitir que «uma paróquia possa facilmente dialogar com a Cúria Diocesana e esta possa rapidamente contactar com os párocos», destaca. Depois, porque «somos uma Diocese de um conjunto de Dioceses portuguesas e da Igreja no Mundo, portanto, interessa-nos estar em rede com a Igreja em Portugal e a Igreja Universal», salienta. De resto, interessa também ter um «acesso rápido» a toda a informação nos mais variados âmbitos, garantindo que, no seu caso pessoal, o dia já não lhe corre bem quando não tem possibilidade de ver dois sites habituais logo de manhã cedo: «Habituámo-nos a essa nova forma de estarmos informados e, portanto, é um dado técnico importante que temos que valorizar e aproveitar», frisa. Também o padre Francisco Barbeira focou a mais-valia da Igreja Diocesana passar a estar «mais perto de todo o mundo, com a certeza de que através deste meio também pode e deve anunciar a Boa Nova».
Por isso, desafiou D. Manuel Felício e o reitor do Seminário da Guarda a promoverem um curso de iniciação às novas tecnologias destinado aos padres da Diocese. «Sei que alguns poderão dizer que isso já não é para eles, mas nunca é tarde para aprender mais alguma coisa, nem que seja ligar um computador», sublinha. Quanto às jornadas de bioética, que decorreram no final da semana passada, destinadas essencialmente aos padres da Diocese, o Bispo da Guarda salientou que «a vida é o que temos de mais importante». Já o padre António Moiteiro, da organização, realçou que «é bom que os sacerdotes estejam informados não só do ponto de vista moral, mas também científico sobre as questões que se colocam nos vários momentos da vida». Quanto ao principal orador, o professor Jose Ramon Flecha destaca que a «dignidade da vida humana tem que ser sempre respeitada desde o começo», havendo necessidade de uma educação que ajude a sociedade a «valorizar os progressos técnicos». Aliás, segundo o especialista, é preciso ter em consideração que «nem todo o progresso técnico é um progresso ético». Nesse sentido, diz que «com a vida não se deve fazer experiências», já que ela «custa muito». No caso concreto da reprodução médica assistida, um assunto actualmente em discussão no Parlamento português, o docente aconselha os políticos a «não imitarem a lei espanhola, porque permite muitas acções contra a vida humana», alerta.
Canonização de D. João de Oliveira Matos registou avanços
O processo de canonização de D. João de Oliveira Matos registou avanços com a recente ida de D. Manuel Felício a Roma e a «breve trecho» poderá haver mais novidades. Assim, tudo se encaminha para que a Guarda venha a ter um novo santo. «Foi uma etapa importante porque depois do processo que decorreu ao nível da Diocese, durante cinco anos as coisas estiveram mais ou menos paradas. Agora nesta deslocação a Roma, tanto eu como o assistente da Liga dos Servos de Jesus como uma das irmãs dos Servos de Jesus demos passos importantes no sentido de falarmos com o postulador e o relator da causa», explica. A comitiva recolheu orientações da forma como os textos devem ser organizados, que já estão feitos, esperando-se que o processo «ande mais rapidamente», diz. O Bispo da Guarda enaltece o «carisma» de D. João de Oliveira Matos que foi um cristão de uma «humanidade extraordinária», sublinha, sendo que «temos todos muito a aprender com ele». Assim, «um exemplo destes não o devemos ter debaixo do nosso alqueire mas devemos colocá-lo de maneira a que ele possa ser indicador para os caminhos que nós devemos percorrer», completa.
Ricardo Cordeiro