As Termas das Caldas da Cavaca vão ser exploradas durante os próximos 25 anos pelo Inatel. O protocolo entre a Câmara de Aguiar da Beira e o Instituto Nacional de Aproveitamento dos Tempos Livres foi assinado na semana passada e estabelece que a autarquia fique encarregue da realização de todas as obras, entre as quais a construção de um hotel, enquanto o Inatel se responsabilizará pela gestão e dinamização do complexo termal. Segundo o autarca aguiarense, Fernando Andrade, o projecto assume grande importância para o concelho, pois prevê-se uma grande afluência de turistas.
Depois de um longo período de estudo e avaliação, a Câmara, proprietária do complexo desde 1983, e o Inatel chegaram a acordo para a reactivação das termas que funcionaram até 1995, quando encerraram por dificuldades de financiamento das necessárias obras de requalificação. O autarca realça que o Inatel foi a «melhor opção» para assumir a gestão e a dinamização do complexo, até porque a iniciativa privada «não foi sensível ao nosso investimento», lamenta. Ao município compete «efectuar todas as obras necessárias, para as quais já existem projectos em fase de apreciação técnica para serem colocados a concurso», realça. É o caso, por exemplo, da construção do hotel, das infraestruturas de água, saneamento básico, electricidade e telefones, bem como da recuperação das casas em granito existentes na quinta. Também a construção de campos de ténis, polidesportivo e a reparação paisagística de toda aquela área está contemplada nesta intervenção com um custo global que ronda os 15 milhões de euros. Já concluído está o balneário, onde a autarquia investiu cerca de um milhão de euros, cuja abertura deverá ocorrer na próxima época termal, em Maio ou Junho, adianta Fernando Andrade, sublinhando que compete ao Inatel «colocar todo o equipamento móvel que for necessário no complexo». Quanto ao hotel, de 90 quartos, o edil indica que o concurso para a sua construção deverá ser lançado «até Março», enquanto que o arranque das obras poderá ocorrer «no terceiro trimestre deste ano», espera.
Apesar da Câmara não receber contrapartidas financeiras pela gestão do pólo termal, o autarca sublinha a importância que a reactivação das termas, inauguradas em 1924, pode assumir no desenvolvimento turístico do concelho: «Estamos convictos de que o complexo termal vai ser muito importante para toda esta região, na medida em que é um projecto estruturante e vai fazer com que a região dê um salto muitíssimo grande em termos turísticos», acredita. De resto, garante que «pela qualidade das suas águas», as Termas das Caldas da Cavaca foram «sempre muito procuradas por pessoas vindas de todo o país», acrescentando ter havido muita gente que, nos últimos anos, tem contactado o município para «tentar saber para quando a sua recuperação». Nesse sentido, Fernando Andrade espera que suscitem novamente uma «grande procura» após a sua recuperação, até porque a qualidade das suas águas é «extremamente importante» para o tratamento de diversas doenças dos aparelhos respiratórios e digestivos, reumáticos e músculo-esqueléticos. Também o presidente do Inatel se mostrou satisfeito com o acordo celebrado com a Câmara de Aguiar da Beira, uma autarquia do interior «onde existe melhor qualidade de vida». Alarcão Troni considerou que este projecto tem duas fases distintas, antes e depois da construção do hotel. Isto por considerar que enquanto o balneário não tiver uma unidade hoteleira de apoio, apenas as populações locais irão beneficiar das termas, que distam cinco quilómetros da sede de concelho numa quinta com cerca de 100 hectares.
Ricardo Cordeiro