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Assembleia da Comurbeiras toma posse em Abril

Nove dos 12 municípios que integram o órgão administrativo reuniram-se na semana passada para traçar as medidas a desenvolver no futuro

Apesar do actual Governo já ter dito que a reforma administrativa desencadeada pelo Executivo do PSD-CDS/PP não resulta mais que em «meras associações de municípios», a Comurbeiras – Comunidade Urbana das Beiras «é para continuar». A garantia foi dada por Carlos Pinto na semana passada, no final de uma reunião que juntou na Câmara da Covilhã nove dos 12 municípios fundadores. Apenas Mêda, Trancoso e Celorico da Beira não estiveram presentes naquele que foi o primeiro encontro após as últimas autárquicas.

Os presentes agendaram para 1 de Abril a tomada de posse dos órgãos eleitos para a Assembleia e Junta da Comunidade, tendo ainda definido algumas medidas a desenvolver no futuro. Para o autarca covilhanense e presidente da Junta da Comurbeiras, este organismo apenas tem uma solução face «ao silêncio» do Governo: «Cumprir a lei», garantiu, pelo que há que «continuar o trabalho suspenso há vários meses». Aliás, Carlos Pinto considera que é preciso encarar o futuro com optimismo, já que o Orçamento de Estado prevê verbas para estas novas entidades. «Nós decidimos avançar com trabalho concreto, independentemente do que acontecerá no futuro», referiu o presidente da Junta. Nesse sentido, a eleição da Assembleia da Comurbeiras vai decorrer em Belmonte a 1 de Abril, numa reunião que servirá também para instalar a Junta da comunidade. Por outro lado, todos os municípios vão elaborar até Maio um plano de propostas, com a colaboração de várias entidades regionais, entre as quais a Universidade da Beira Interior e o Instituto Politécnico da Guarda. «Nessa altura, esperemos que a comunidade esteja munida de um documento para poder negociar com o Governo a integração de vários projectos regionais no IV Quadro Comunitário de Apoio» – que se iniciará em 2007, frisou o autarca.

Constituída em Junho de 2004, a Comurbeiras reúne os municípios de Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Sabugal, Belmonte, Penamacor, Almeida, Covilhã, Guarda, Celorico da Beira, Mêda, Trancoso e Manteigas. Apesar de ainda não ter arrancado nem os seus dirigentes terem tomado posse, há agora quem defenda a sua extinção. É o caso da Assembleia Municipal de Celorico da Beira, que, no final de Dezembro, aprovou uma moção em que sustenta não ver «qualquer mais-valia na continuidade de uma instituição que não o chega a ser e não tem pés para andar, até porque muitos dos elementos eleitos das várias Assembleias Municipais já não fazem parte das mesmas». Além disso, a Comurbeiras é apontada como «um projecto político sem consistência». «É apenas uma moção, tem o peso que tem», desvalorizou Carlos Pinto na semana passada, até porque diz «desconhecer em absoluto» qualquer intenção da autarquia celoricense sair da Comunidade Urbana das Beiras.

Liliana Correia

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