A futura localização da central de camionagem, ao que tudo indica no âmbito de um projecto “chave na mão”, vai ser um dos principais critérios a ponderar pela Câmara da Guarda na alienação dos terrenos do actual mercado municipal. O local está a ser estudado para a construção de um centro comercial de grande dimensão, decorrendo actualmente o prazo de consulta prévia a possíveis investidores. A solução vencedora deverá ser anunciada brevemente.
Os promotores do “Guarda Plaza” já confirmaram a “O Interior” o seu interesse na zona, adiantando ser sua intenção «integrar o mercado no centro comercial, enquanto a central de camionagem vai sair para outro ponto da cidade». Uma das alternativas apontadas situa-se nas traseiras da EDP, no vale que vai do TMG até à Viceg, mas «temos várias hipóteses de deslocalização», garante fonte próxima do processo, que admite existirem mais interessados em aproveitar a zona do mercado municipal para a construção de um “shopping” «a sério». Quem espera lucrar com o negócio é a Câmara. Para além de contrapartidas financeiras directas pela venda de um terreno municipal, a autarquia conta ver requalificada uma área substancial do seu espaço urbano. Nesse sentido, Joaquim Valente já disse que está disposto a apoiar «qualquer iniciativa privada que seja centralizadora e permita valorizar infraestruturas existentes». E que ganhará a melhor oferta. «A Câmara está disponível a vender desde que a proposta seja do interesse da cidade e da sua qualidade urbana», disse recentemente.
Entretanto, foi já constituída uma comissão de comerciantes do mercado para apoiar a construção do centro comercial, mas também defender os seus interesses daqui para a frente. «A ideia é defender esta requalificação junto da Câmara, mas sobretudo assegurar que os promotores do empreendimento nos garantam melhores condições de trabalho», adiantou um dos fundadores, que preferiu o anonimato por motivos profissionais. Como adiantou “O Interior” há 15 dias, o “candidato” mais bem posicionado até agora é o projecto do grupo Martifer. O “Guarda Plaza” pretende ser o maior “shopping” da Beira Interior, dispondo de cinco pisos – três para estacionamento e dois destinados a actividade comercial. O investimento previsto ronda os 30 milhões de euros. O projecto baseia-se num “masterplan” da Building Design Partnership (BDP), responsável, em Portugal, pelos empreendimentos do Vasco da Gama (Lisboa), Via Catarina (Porto) e Dolce Vita Douro (Vila Real). Inicialmente, previa-se que o “Guarda Plaza” ocupasse uma área de 35 mil metros quadrados, 25 mil dos quais de área bruta locável, para receber entre 120 a 130 lojas, um hipermercado com 10 mil metros quadrados, oito salas de cinema, área de restauração e um parque de estacionamento para 1.750 lugares cobertos. Os investidores estimam poder criar 2.100 novos postos de trabalho.
Luis Martins