Vinte e três militantes da concelhia do PSD da Guarda estão prestes a ser expulsos do partido após apoiarem listas adversárias nas eleições autárquicas de setembro de 2021.
O Conselho de Jurisdição Nacional (CJN) dos sociais-democratas está na fase final de uma análise a 21 processos disciplinares, que visam precisamente a expulsão de um total de 180 militantes em todo o país pelo período de cinco anos.
Além da Guarda, são visados cerca de 61 militantes da Figueira da Foz, 50 em Oeiras 50, indicou o “Jornal de Notícias”, acrescentando que a maioria destes processos só chegaram ao CJN dois meses depois das autárquicas. Até ao momento, dois processos já resultaram na expulsão de cerca de 20 militantes, havendo outros 17 que estão agora nas mãos do CJN. O objetivo é que «tudo resolvido ou encaminhado» até ao congresso de 1 a 3 de julho, no Porto, que corresponde também ao final do mandato do presidente do CJN, Paulo Colaço.
Na Guarda, segundo apurou O INTERIOR, da lista constam Sérgio Costa, atual presidente da Câmara eleito pelos independentes do “PG”; Pedro Lopes, chefe de divisão do Desporto; António Mendes, adjunto do presidente da Câmara; António Júlio Aguiar, chefe de gabinete do autarca guardense; e António Terras, presidente da Junta de Freguesia do Rochoso.
Júlio Santos, presidente da concelhia guardense, disse estar a aguardar a decisão do Conselho de Jurisdição Nacional e escusa-se a comentar o assunto dizendo que está vinculado ao «segredo». Contudo, recorda que, enquanto militante, teve conhecimento de «um abaixo assinado subscrito por vários militantes do PSD do concelho da Guarda em que era solicitada a expulsão de companheiros que optaram por apoiar o movimento independente contrariando o estabelecido nos estatutos – isto muito antes das eleições autárquicas».